quinta-feira, junho 29, 2006
Conheça a diferença entre o MPLA e uma masturbação
terça-feira, junho 27, 2006
Qual é a diferença entre o MPLA e uma masturbação?
sábado, junho 24, 2006
*O tango do maestro José Eduardo dos Santos
* Artigo da autoria do Jornalista Tandala Francisco, director do semanário angolano "A Capital".
sexta-feira, junho 23, 2006
Filhos e enteados na imprensa portuguesa
quinta-feira, junho 22, 2006
*Há quatro anos assassinaram o líder histórico da UNITA
quarta-feira, junho 21, 2006
Jornalista ou (ignorante) leitora de conteúdos?
Podia ter colocado isto nos comentários... mas, acho que devo falar-lhe directamente e sem intermediários. Devemos alertar para a impreparação que alguns jornalistas, e quero acreditar que o são mas que estão deficientemente preparados e apoiados - provavelmente se deve a falta de meios logísticos e monetários nos seus locais de emprego - porque não só descredibilizam a cooperação a que pertencem como transmitem dados incorrectos para quem os lê ou ouve. Não é de admirar que a Casa de Angola esteja a ponderar em tomar uma posição pública sobre factos como este.
Um grande kandando deste seu amigo, Eugénio Costa Almeida»
Quando o amor a Angola também se escreve
É hora de a Imprensa portuguesa começar a escrever de forma mais séria
Um facto que por omissão ou deliberada ignorância de um redactor não responda aos seis elementos, designadamente o “quem”, “quê”, “quando”, “onde”, “como” e “porquê” pode ser tudo (e mais alguma coisa), mas não nunca uma notícia.
Pelo menos assim foi que aprendi de Manuel da Silva, o actual subdirector de informação da Televisão Pública de Angola (TPA), nas aulas da cadeira de “Teoria Jornalística”, ministradas há cerca de 17 anos no curso Médio de Jornalismo no Instituto Médio de Economia de Luanda, IMEL.
Aprendi estas técnicas e continuo a aprender cada vez mais porque, a cada 24 horas que transcorrem, confesso, concluo que pouco ou nada sei sobre esta nobre profissão e ao mesmo tempo sacerdócio, a de Jornalista, que abracei há cerca de 15 anos.
Por isso não me coíbo de aprender (até porque no exercício da modéstia e fazendo jus à educação que me deu a dona Maria Helena, a minha mãe) com o colaborador de luxo que o Notícias Lusófonas, e a direcção pode-se gabar disso, tem no exímio Jornalista angolano Orlando Castro, que qualquer jornal editado em Língua Portuguesa em qualquer parte do mundo gostaria de o ter entre o seu corpo redactorial.
Afora este a parte, apraz-me dizer que tenho constatado em alguns, mas quase todos os órgãos de Comunicação Social portugueses, um desrespeito total aos factores que concorrem para uma notícia.
A provar isso está a ausência de um noticiário constante, actual, preciso, rigoroso e sério sobre Angola e outros países africanos falantes da língua portuguesa nas páginas dos matutinos portugueses.
O facto de quando logo pela manhã nos propomos a tomar primeira xícara de café do dia e abrimos o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, o Correio da Manhã, o 24 Horas e tantos outros e não encontramos notícias referentes a Angola, lembra o abandono e a distância maldoso e propositado de um pai em relação aos filhos.
É hora de a Comunicação Social lusa começar a escrever de forma mais séria e competente sobre o País com quem Portugal mantém uma relação de amor e ódio… especial.
Se assim não acontecer, continuaremos a ter manchete nos grandes jornais portugueses que (pasmem se quiserem!) afinal o Caminho-de-ferro de Benguela fica lá para as bandas da Lunda-Norte ou ainda que em Moçambique a segunda causa de mortalidade é a queda de cocos de coqueiros sobre as cabeças dos moçambicanos.
Quer-se continuar nesta toada? Pessoalmente não acredito!
Club-k continua sem explicar actos de censura
Polícia tolera actos de intolerância política, desde que não seja com o MPLA
Anastácio Sicato, que confessa que a presença de Angola no Mudial de Futebol leva a esquecer por momentos a diferença indeológica que opõe o seu partido ao Menos Pão Luz e Água, fala não só da intolerância política mas também da "sorte fatal" do seu partido, que é a de governar um dia Angola.
É, em resumo, uma entrevista durante a qual Sicato "cacareja e bate asas" de tal sorte que levanta uma poeira tão grande e tão densa que se espalha no seio de toda angolanidade, por toda angolanitude e que, dentro de momentos, vale a pena ler aqui.
terça-feira, junho 20, 2006
Combate à pobreza é imperativo nacional, diz Graça Machel
Falando no encontro de exortação aos quadros da organização, sobre o trabalho a ser desenvolvido no âmbito da preparação do IX Congresso, a realizar-se no próximo mês de Novembro, em Quelimane, Machel disse que o seu partido acredita na vitória porque tem um programa de governação claro. Começando por fazer uma conceitualização sobre o porquê da realização do congresso agora, ela disse que a preparação dos próximos desafios eleitorais está na origem deste encontro, no qual os membros vão reafirmar um pensamento comum e claro sobre as eleições. "Queremos ver o partido a pulsar ao mesmo ritmo e vermos o país a sentir a liderança deste mesmo partido", disse, acrescentando que em Quelimane, o partido pretende ajustar a máquina às exigências de hoje. A propósito, ela exortou aos quadros presentes a valorizarem o contacto directo com o povo, devendo explicar as linhas gerais do partido, os objectivos da realização do congresso este ano e os principais desafios do país. Salientou que o contacto cara-a-cara é importante e sempre será, tendo em conta que África, incluindo Moçambique ainda é uma sociedade de tradição oral. "Podíamos passar as nossas mensagens pela internet, panfletos, rádios e outros meios, mas não só pelos índices elevados de analfabetismo, o facto é que o contacto directo aproxima-nos ao eleitorado ou melhor, ao povo". Evocando as oitos teses ao congresso, Machel disse que elas foram seleccionadas com um critério claro, que obedeceu os princípios e valores que regem o funcionamento do partido. Das oito, destacou duas, nomeadamente a que aborda sobre a unidade nacional e a outra sobre as mudanças. Disse que a Frelimo soube construir uma verdadeira ponte de unidade, não apenas porque juntou indivíduos de diferentes províncias. De acordo com o que explicou, ultimamente tem havido uma tendência de deitar abaixo este esforço. "Se formos a verificar nos nossos sectores, incluindo no aparelho do Estado, vamos notar que está a ressurgir o regionalismo", tendo apelado para a necessidade de se combater energicamente tal tendência. Sobre as mudanças, reafirmou que esta questão constitui um imperativo nacional, porque só assim é que se pode vencer a pobreza absoluta. "A pobreza é uma tirania que escraviza as mentes, leva as pessoas a acreditarem que não têm mais alternativa para sair dela". Socorrendo-se nas palavras do Presidente da Republica, Armando Guebuza, segundo as quais "não devemos andar, mas temos que correr", Graça Machel disse que todos os governos provinciais devem cumprir em 100 porcento os planos de actividades programados para o quinquénio, o que exige uma entrega total de todos. Segundo disse, não é aceitável que um Governo provincial diga que não conseguiu cumprir o plano em 100 porcento, porque toda a máquina do aparelho do Estado existe para fazer cumprir os programas do partido no poder.
segunda-feira, junho 19, 2006
"O Processo de Transicção para o Multipartidarismo em Angola" em livro
* Retirado daqui
Ribeiro e Castro defende português como língua de trabalho permanente
Para além do líder do CDS-PP, que tem denunciado junto dos grupos políticos, do Presidente e Secretário-Geral do Parlamento Europeu e da Co-Presidência e Co-Secretariado da Assembleia Parlamentar Paritária a flagrante injustiça da falta de meios de interpretação e de documentos traduzidos em português e os prejuízos causados quer aos parlamentares dos países lusófonos presentes, quer às respectivas sociedades civis, todos os Embaixadores dos PALOP junto das instituições europeias também já se exprimiram nesse sentido.
Importa agora agir no quadro do regimento da Assembleia Parlamentar Paritária de forma a assegurar que fica definitivamente estabelecida a obrigatoriedade da existência desses meios de interpretação e de toda a documentação.
Cabo-verdianos "facilitaram" plano para matar Amílcar Cabral
Segundo este relatório, a morte de Cabral foi o resultado de uma conspiração entre os altos responsáveis políticos cabo-verdianos e africanos do continente. Embora a cumplicidade portuguesa não esteja posta de parte.
Esta informação resulta de documentos oficiais tornados públicos recentemente em Washington. Este relatório inclui telegramas minutas de reuniões ao mais alto nível do Governo norte-americano, mas também propostas sobre políticas a seguir por Washington face à deterioração da situação político-militar na Guiné-Bissau e Moçambique.
De acordo com aquele documento, as «fricções de longa data» de carácter racial dentro da organização chefiada por Cabral bem como à «oposição esporádica dura» dos seus responsáveis políticos e militares «que se irritavam com os limites impostos às actividades político-militares na Guiné portuguesa e à contínua subordinação dos militares aos objectivos políticos», poderiam estar na origem do assassinato do mais alto responsável do PAIGC.
O documento agora publicado pelo Departamento Norte-americano dos Serviços de Informações e Investigação dá conta ainda que na altura a diplomacia americana estava a par de toda estratégia do PAIGC que levava à declaração da independência da Guiné-Bissau, nas zonas libertadas do território, que, de resto, veio a acontecer em Setembro de 1973.
Recorde-se que o líder do Partido Africano de Independência da Guiné e Cabo Verde, Amílcar Cabral, foi assassinado a 20 de Janeiro de 1973 em Conakri e a 1 de Fevereiro do mesmo ano o Departamento de Estado Norte-americano emitira um relatório revelando que «a maior parte dos sinais indicam que o assassínio de Cabral foi resultado de um feudo entre mulatos das ilhas de Cabo Verde e africanos do continente», chamando contudo a atenção para não excluir a cumplicidade Portuguesa.
Morte de Cabral não é nenhum mistério
Para o ex-combatente da liberdade da Pátria, que por sinal na altura ainda bastante jovem com alta responsabilidade nos meandros do PAIGC e que conhecia bem a filosofia político-militar de Cabral, esta informação que veio agora ao público não é notícia para ele. Admite, por outro lado, que para uma missão de alta segurança, como aquela de Conacry, e muito bem orquestrada, não é fácil de encontrar a prova material do crime. Ou seja, não está em condições de apontar nomes ou países que estiveram envolvidos na morte de Cabral, mas que de facto ouve quem liderou uma grande operação secreta que levou ao desaparecimento físico do líder histórico do PAIGC. Fala por exemplo, da célebre invasão ao Porto de Conacry onde há um grupo do contingente português que demarca do outro que ia libertar os prisioneiros portugueses na prisão da Montanha (estabelecimento prisional do PAIGC). Aquele grupo foi para casa de Amílcar Cabral com o objectivo, segundo Reis de bombardear a sua residência. «A mando de quem?», pergunta o combatente da liberdade da pátria para quem o processo sobre a morte de Cabral na sua perspectiva não é nenhum mistério, porque há muito que se sabe quem mandou matar Amílcar Cabral.
Instado a comentar sobre a parte do relatório onde diz que “a maior parte dos sinais indicam que o assassínio de Cabral foi o resultado de um feudo entre mulatos das ilhas de Cabo Verde e africanos do continente”, diz não ter dúvidas de um encorajamento em termos de cumplicidade por parte de Portugal. Mas que os alegados autores materiais do crime terão agido por conta de um projecto de assalto ao poder (refere com certeza ao poder que Cabral detinha na altura), poderá também corresponder a verdade.
O ex-combatente da liberdade da Pátria confessa, a título de exemplo para ilustrar o comentário que lhe foi pedido, que em 1970 esteve em teatros de operação onde se tentou aniquilar Cabral através de um bombardeamento à casa dele.
Carlos Reis dá toda credibilidade ao relatório do Departamento de Estado Norte-americano, mas ainda assim, acha que o documento padece de alguns elementos importantes para perceber o fenómeno da morte de Cabral. Entende, por isso, que os Serviços de Informações e Investigação do Departamento de Estado Norte Americano recorreram apenas a elementos isolados para fazer a avaliação de um processo histórico que levou décadas.
O Relatório não traz nenhuma novidade
Em seu entender, o assassínio de Cabral resulta de um conluio entre a facção guineense do PAIGC, o general Spínola e Sékou Touré. Aliás é o próprio Spínola que admite no seu livro «O País Sem Rumo», que estava, na altura, em curso uma negociação com facção dos guineenses do PAIGC, à revelia dos cabo-verdianos, com vista a encontrar uma solução para o conflito na Guiné, que passava pela assumpção, por parte de Cabral, do cargo de secretário-geral da então província da Guiné.
“Amílcar Cabral pressentiu a sua morte. Em Março de 1972, tornou publico um plano destinado a destruir o PAIGC, cuja autoria atribuiu ao governador da Guiné, na altura António Spínola, e aos colonialistas, ambos convencidos de que a prisão ou a morte do dirigente principal significaria o fim do partido da luta pela independência da Guiné e Cabo Verde”, lê-se na página 332 da tese de mestrado em Ciência Política de Daniel dos Santos.
Uma outra figura que a tese de mestrado de Santos aponta como um dos principais suspeitos pela morte de Cabral é Sékou Touré. É que segundo aquele documento, Sékou Touré, no dia 20 de Janeiro de 1973, de manhã, já que o assassinato de Cabral foi à noite, mandou ao secretariado do PAIGC duas pessoas, o então embaixador guineense em Dacar e um outro responsável, procurar Amílcar para lhe comunicar que tomasse cuidado porque havia gente que o queria matar.
O autor levanta as seguintes questões:
1º - Quem informou ao Sékou Touré sobre a conspiração contra Cabral?
2º - Será que Touré sabia das negociações entre Spínola e os guineenses do PAIGC?
3º - Tendo o PAIGC tomado o conhecimento da conspiração porquê que não tomou as providencias cautelares que passavam por uma medida de segurança do seu líder máximo?
Os cabo-verdianos, sendo embora uma minoria demográfica, constituíam uma maioria sociológica no seio do PAIGC, situação que lhes permitia deter e controlar, com assentimento de Cabral, a sede do poder naquele partido, em detrimento dos guineenses. Daniel dos Santos concluiu que a morte do fundador do PAIGC foi apenas um golpe de Estado, durante cuja execução, por guineenses, se registaram alguns percalços que deixaram em pânico Kani e os seus pares, que, sem delongas, o mataram.
O politólogo cabo-verdiano sustenta que alguns dirigentes do PAIGC, de entre os quais constam, também, cabo-verdianos, «facilitaram» o plano para liquidar Amílcar Cabral, cuja permanência na chefia do partido se mostrava insustentável, em virtude da dissidência entre os guineenses e os ilhéus de Cabo Verde
* Este artigo foi palmado daqui
Economista da Guiné-Bissau sobe a sub-secretário-geral de Kofi Annan
Eduardo dos Santos recebeu Isaías Samakuva em audiência
Acompanharam o Presidente da UNITA nesta audiência, o Vice-Presidente, Ernesto Joaquim Mulato e o Presidente do Grupo Parlamentar, Alcides Sakala Simões.
O Presidente da UNITA tratou com sua Excelência o Presidente da República questões relevantes de interesse nacional, nomeadamente:
- As garantias de uma transição estável;
- O reforço da confiança entre as partes signatárias dos Acordos de Paz e o cumprimento das questões pendentes, assinados entre a UNITA e o Governo de Angola;
- A conclusão do processo de reinserção social e o pagamento das pensões de reforma aos ex-militares.
Foi reafirmada a vontade da UNITA em contribuir para a consolidação da estabilidade e do processo democrático em curso no país, com acções conducentes à execução de um processo eleitoral transparente.
Luanda, 19 de Junho de 2006"
domingo, junho 18, 2006
Jornalistas cabo-verdianos denunciam tentativa de intimidação
Justiça foi e continua a ser palavra vã em Cabo Verde
Se os tribunais são um dos pilares do desenvolvimento e do grau de democraticidade de um Estado ou de uma nação, então falar-se do enquadramento de Cabo-Verde no contexto dos países de progresso médio é quase o mesmo que discutir o sexo dos anjos. Ou seja, este pilar na terra do poeta e prosador Eugénio Tavares não tem a força nem a credibilidade que é desejável. Se as instituições não funcionam corre-se o risco de os cabo-verdianos entenderem que devem fazer justiça pelas suas mãos.
Estranha-se, por tudo isto, que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ainda não tenha chamado o presidente do PAICV e chefe do Governo cabo-verdiano, José Maria Neves , à responsabilidade para provar a afirmação por si proferida, dia 22 de Fevereiro do ano em curso, aquando das últimas eleições legislativa realizadas no arquipélago, segundo as quais o MpD, PSD e a UCID, no interior de Santiago, tinham comprado votos com o dinheiro proveniente do crime organizado e do tráfico de droga.
José Maria Neves fez a referida afirmação à saída de uma assembleia de voto que teve como palco a Escola Técnica, situada na Achada Santo António, onde havia acabado de exercer o seu direito de voto.
O Primeiro-Ministro cabo-verdiano parece dar razão ao (mau) principio do "quero, mando e posso", parecendo (pelo menos isso) que o STJ está sujeito às orientações do PAICV à semelhança do tempo do partido único.
A inércia do STJ em relação a este episódio parece ser (mais uma) prova provada de que Cabo-Verde ainda está longe de atingir os padrões normais dos países de desenvolvimento médio. E se assim é, não vai lá! Porque o facto de o STJ ainda não ter chamado (e será que o vai fazer?) o chefe do Executivo cabo-verdiano mostra que as 10 ilhas situadas no Atlântico Médio, contrariamente ao que se vem propalando a "sotavento e a barlavento", estão impreparadas para deixarem de ser referidas como sendo um País do terceiro mundo e enquadrá-las no contexto de Estado de desenvolvimento médio.
O facto de o presidente do PAICV parecer estar impune (mesmo depois de o acórdão n.º 05/06 ter sido peremptório ao afirmar que as afirmações de José Maria Neves configuram propaganda política e como tal merecedora de censura no plano jurídico sancionatório) dá corpo à teoria do sociólogo Maurice Duverger segundo a qual, quando se deixa de acreditar nos tribunais, o último recurso são as armas. Será isso que se quer em Cabo-Verde, um País cujos povos e solos nunca sentiram nem nunca viveram guerra alguma?
O facto de o homem apontado como sendo o próximo sucessor de Pedro Pires à testa do Estado cabo-verdiano não ter sido chamado pelo STJ mostra que imunidade nas ilhas da morabeza também é, à semelhança dos demais Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, PALOP, sinónimo de impunidade.
Artigo retirado do Notícias Lusófonas
sábado, junho 17, 2006
O que é nacional (nem sempre) é bom
sexta-feira, junho 16, 2006
A humilhação de Pedro Pires atingiu toda a Lusofonia
Ronny Codo (do Club-k nos EUA) terá sido pressionado pela Embaixada
De Cabo Verde chega (mais) um mau exemplo
Crónica inicialmente publicada no Notícias Lusófonas
Club-k ou o gato escondido com o rabo de fora?
Orlando Castro, colunista do Notícias Lusófonas
quinta-feira, junho 15, 2006
Uma morte que pôs a nu actual Poder
Um mal (claro que não se deseja a morte de ninguém nem a ninguém!) que veio para bem na medida em que deixou a nu uma manifesta e inapta capacidade para lidar com valores como a democracia, tolerância política, liberdade e cidadania.
O desaparecimento do líder e fundador da UNITA foi um mal que veio para bem porque mostrou que quem governa está impreparado para dirigir uma Angola sem guerra.
A morte do velho guerrilheiro foi um mal que veio para bem porque deixou o Menos Pão Luz e Água numa posição bastante incomoda em que dá a entender claramente que o Governo está de tanga (e para um Governo de tanga, uma tanga de Governo!).
A aniquilação de Jonas Savimbi, o homem que durante muitos anos deu a volta politicamente ao mundo inteiro, mostrou que o Menos Pão Luz e Água não tem nem nunca teve uma agenda social para o período do pós-guerra.
Passados quase cinco anos desde que a máquina de guerra da UNITA foi capitulada e o seu líder morto, ainda não é possível dizer alto e bom som “olhe isto aqui está muito bom; isto aqui está bom demais”.
As matreirices políticas de Jonas Savimbi e os actos de sabotagem (de todo o género) por parte das forças militares da UNITA deixaram de ser um pretexto para que não se dê, pelo menos isso, água, pão, habitação, educação e saúde aos cidadãos eleitores e contribuintes angolanos. Até quando?
Crónica publicada inicialmente no Notícias Lusófonas
Medidas agro-ambientais em Portugal são preocupações do CDS
Prosseguindo na mesma linha, acrescenta a Comissária: “Os programas aprovados pela Comissão criam o enquadramento legislativo e prevêem os recursos orçamentais comunitários necessários para a acção concreta no terreno. Obviamente, todos ansiamos por que os resultados destes programas sejam os melhores possíveis, sendo sempre de lamentar que algumas medidas não possam ser financiadas num Estado-Membro, impedindo a realização plena dos programas específicos. Tal constitui uma preocupação especial pelo facto de as medidas agro-ambientais serem as únicas obrigatórias para os Estados-Membros no domínio do desenvolvimento rural.”
Contudo, a Comissão declina qualquer responsabilidade no não-pagamento, ou possibilidade de intervenção directa, imputando ao Governo português a origem dos problemas: “… é de referir que os critérios de prioridade para atribuição de subsídios de qualquer medida de desenvolvimento rural são um dos elementos da responsabilidade dos Estados-Membros, e não da Comissão. Os pagamentos a agricultores são feitos pelas autoridades nacionais na sua função de execução das medidas de desenvolvimento rural, no respeito da legislação europeia e nacional. A Comissão não pode decidir se um Estado-Membro deve pagar uma medida, submedida ou projecto específico no quadro definido pelo programa. Este aspecto está claramente fora das competências da Comissão.”
A Comissão refere ainda ter pleno conhecimento dos problemas em Portugal, que decorrem de problemas orçamentais e de uma alteração de políticas do actual Governo português.
Em primeiro lugar, a Comissária refere que: “A Comissão informa o Senhor Deputado de que tem conhecimento de que Portugal não pagará os novos pedidos de ajuda agro-ambiental apresentados pelos agricultores em 2005. A Comissão está também a acompanhar de perto a execução do orçamento do Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA), secção Garantia, para o desenvolvimento rural em Portugal.”
E mais adiante acrescenta: “a Comissão foi informada de que, por um lado, Portugal enfrenta dificuldades orçamentais específicas para satisfazer a procura de novos contratos agro-ambientais e, por outro lado, o contexto operacional foi alterado pela introdução dos pagamentos dissociados e da condicionalidade no primeiro pilar da política agrícola comum”.
A terminar, Mariann Fischer Boel assegura que continuará a seguir este dossier com a maior atenção, quer no imediato, quer no médio e longo prazo: “A estratégia nacional de desenvolvimento rural e o novo projecto de programa de desenvolvimento rural serão discutidos pela Comissão com as autoridades portuguesas nos próximos meses, assim que Portugal apresente estes documentos, e a Comissão terá a preocupação de que seja previsto um programa agro-ambiental de grande qualidade, com financiamento suficiente para os próximos sete anos”.
Matem-se os jornalistas a bem da democracia
Crónica de Orlando Castro, publicada inicialmente no Notícias Lusófonas
Críticas crescentes atingem diplomata angolana nos EUA
Este artigo fou publicado inicialmente no Notícias Lusófonas
Será que a Polícia está a arrumar a casa?
Foram expulsos da corporação não só estes, mas também outros que, sem apelo nem agravo, maltrataram e tentaram extorquir outros cidadãos que, para além da AJPD, não têm instituição nenhuma que os possa mais defender.
Contudo, é preciso dizer que não basta expulsar quatro, cinco ou dez agentes da corporção. É preciso, isto sim, começar-se a ser mais selecto no que respeita ao recrutamento de pessoas para integrarem o efectivo da Polícia Nacional.
É preciso que os presos nas cadeias de Luanda e de outros pontos do País deixem de ser sodomizados e torturados com choques eléctricos.
É preciso, isto sim, que os agentes da polícia tenham outros métodos para lidar com os cidadãos que não a força e a aplicação do manual de tortura física e psicológica do passado.
É preciso, isto sim, que a polícia inculque em si o principio de investigar primeiro e prender depois e não o inverso como se tem verificado até ao presente momento.
É preciso, sim senhor, que nesta altura do campeonato a DNIC passe à tutela do Ministério da Justiça e não do Interior.
É preciso, isto sim, que a policia deixe de se servir delinquentes quando é para "limpar o sebo" a políticos da oposição e montar armadilhas a Jornalistas que não sejam de órgãos públicos.
Vamos esperar, pois, que o nóvel ministro do Interior arrume a casa!
quarta-feira, junho 14, 2006
Direitos Humanos? Só para uns quantos...
Estas são declarações à VOA de um dos homens que foi acusado e arbitrariamente detido (surrado, escalavrado, humilhado) por agentes da Polícia Nacional de ter roubado um cofre com USD 150 mil que se encontravam na sede da Maboque em Luanda.
Os agentes da Polícia Nacional, para além de o terem, a ele e mais três colegas, pontapeado que nem um cão tinhoso, arrancaram-lhe as unhas com alicate.
Será que isso dá para dar uma ideia do actual grau de respeitabilidade de Direitos Humanos pelo Governo angolano?
Ainda assim Hina Jilani, representante especial do secretário-geral das ONU para os Direitos Humanos, quando visitou (uma visita guiada, sublinhe-se) Luanda e algumas províncias disse "estar satisfeita com a situação de Direitos Humanos em Angola".
Pudera!Quem é que não ficaria satisfeito com cama e comida toda paga pelo Governo angolano? Qualquer um ficaria, ademais se o seu País de origem fosse o Paquistão!
Quem é que não ficaria satisfeito com a hospedagem toda paga num hotel de cinco estrelas toda paga pelo Governo? Qualquer um ficaria !
Mas penso mesmo é que Hina Jilani deverá ter é ficado satisfeita com os almoços ( será que a ONU não tem dinheiro?) que teve nos restaurantes do Hotel Trópico em Luanda, o que não lhe permtiu ver e ouvir situações como a que acabamos de descrever.
Não admira que, na sua despedida, tenha levado algumas pdras brilhantes para dizer a Kofi Annan que em termos de Dieritos Humanos em Angola, está-se bem!
A prova de vida de Kalandula
Cada mulher tem o seu quarto e cada uma tem a sua vez de cozinhar para Kalandula que a segunda-feira dorme com uma, terça-feira com outra e assim sucessivamente. E assim, o homem, vai projectado o melhor, esperando o pior e aceitando de ânimo igual o que Deus quer.
Os filhos, estes, já estão despachados. Espalharam-se todos por Luanda, a grande cidade. Juntam-se debaixo da figueira do quintal de Kalandula quando há pedidos de noivado ou problemas que reclamem a presença do pai.
Kalandula chegou a Luanda ido de Malange, sua terra natal, antes da refrega eleitoral de 1992.
Kalandula anda com esferográficas no bolso da camisa, mas não sabe escrever. Anda com livros debaixo do sovaco, mas não sabe ler. Mas em contrapartida tem uma sabedoria de se lhe tirar o chapéu aprendida ao longo dos tempos, lá na sua terra, debaixo do embondeiro em companhia dos mais velhos do seu quimbo que enquanto contavam as suas estórias não punham de parte uma garrafa de caxi, uma espécie de whisky caseiro feito à base de milho ou ainda de banana.
Quando Kalandula chegou à grande cidade não sabia bem o que fazer. Não tinha profissão que lhe pudesse ser útil na cidade naquela altura. Ou seja, a enxada e a catana de nada lhe serviam em Luanda. Mas ficar de braços cruzados não podia. Alguma coisa tinha de fazer para sustentar a família.
Depois de muito pensar, arranjou emprego numa firma como estivador. Ele era destemido e muito apreciado pelos colegas. Muitas vezes falava de coisas que não percebia e punha os colegas a rir, mas a bom rir mesmo. Não fumava e nem bebia. Estava sempre pronto para responder às chamadas dos chefes, bem como executar as tarefas que lhe eram incumbidas.
Um dia, de manhã manhãzinha, chegada ao serviço, o chefe mandou-lhe comprar uma Coca-cola e uma sandes no mercado mais próximo e deu-lhe uma nota de mil kwanzas. Kalandula recebeu o dinheiro e foi comprar o que lhe tinham mandado, não só para o chefe mas também para ele.
Quando chegou a empresa entregou ao chefe a Coca-cola e a sandes. Ia a retirar-se quando o chefe perguntou-lhe:
- O troco?
Kalandula respondeu:
- É só o chefe que come?
O chefe de Kalandula ficou boquiaberto, sem saber o que dizer diante da resposta. Porém, deu um desconto por saber que Kalandula era sem maneira, não respeitava nada nem ninguém que não fosse seu familiar.
À semelhança da história de que o malangino não gosta de pagar renda, vezes havia a que a Kalandula não apetece trabalhar.
Certo dia, Kalandula chegou mal disposto ao serviço e disse que não queria trabalhar. O chefe chegou ao lado dele e disse:
- Não quer trabalhar, está mal disposto vai para casa!
Kalandula não tugiu nem mugiu. Mostrou-se indiferente. E coisa esteve neste ritmo durante quarenta e cinco dias. O sector dos recursos humanos mandou-lhe uma cartinha a dar conta do risco que ele corria de ser despedido. Até que um dia o patrão despediu-lhe mesmo.
E ele disse ao chefe:
- Aqui ninguém me despede. Eu que sei se continuo aqui ou vou-me embora!
O chefe não ligou. Passou-se a primeira semana, a segunda e a terceira e Kalandula continuava a fazer-se presente na presença sem no entanto querer vergar a mola. Farto da situação, um dia o chefe chegou ao lado de Kalandula e determinou:
- Não lhe quero ver mais no recinto da empresa. Segurança, ponha este homem fora!
Kalandula disse:
-Ai é? O senhor esqueceu-se que sou malangino? Só um minuto, vou à casa de banho.
Kalandula foi à casa de banho como se fosse fazer necessidades. Enquanto o chefe dava outras orientações, Kalandula foi de forma sorrateira para o gabinete dele e pôs-se todo nu.
Meia hora depois, o chefe e o seu adjunto estavam de regresso ao gabinete aonde encontraram Kalandula nu em piloto, de pernas cruzadas e a assobiar.
Quando o seu chefe e o seu adjunto entraram apanharam um susto e perguntaram:
- Mas o que é que se passa aqui, Kalandula?! Estás a ficar maluco ou quê?
Kalandula parou de assobiar mas mantendo as pernas cruzadas respondeu:
- O chefe não me despediu? Agora estou aqui para saber se o chefe terá capacidade de sustentar as minhas quatro mulheres, os meus 12 filhos e os meus 25 netos, sem falar dos meus bisnetos.
- Kalandula, pelo amor de Deus! Vista-se e vai-se embora.
-Não, não me visto nem saio daqui do seu gabinete se não me garantir que estou novamente empregado. Aliás, o senhor tem quarenta minutos para me dar uma resposta fim dos quais um dos seus filhos poderá morrer de febre logo a noite. Só se eu não nasci em Malange e lá não há feitiço forte!
O chefe disse, não sem antes ligar para casa para saber dos filhos, a transpirar em tempo de cacimbo:
- Pronto, Kalandula! Estás empregado novamente. Vamos voltar a ser amigos, ok?
Kalandula vestiu-se calmamente, apertou a mão do chefe e do seu adjunto e saiu a cantarolar do gabinete do chefe:- Ku Malange, ku malangéééee, nguiame!
E disse para si mesmo:
-Nós de Malange somos vivos, até os patrões conseguimos dobrar.
Cultura do medo é inimiga da paz
Era suposto, possível e desejável que, depois do 22 de Fevereiro de 2002, se fossem os chacais (que ainda trabalham (?) para a (in)justiça angolana) e dessem lugar aos tribunais para julgar o bom e o mau ratoneiro, o bom e mau algoz.
Contudo, os homens que tem os maiores privilégios e que pertencem à "fina-flor" política partidária afecta ao Menos Pão Luz e Água pensam, por sua conta e risco e desrespeito ao povo, de forma diferente declarando guerra contra os pobres, e não contra a pobreza, arrancando unhas a sangue e frio com alicates.
Isso é feito a quem tem a ousadia de atentar contra os bens e interesses do poder. E quem tem a missão de arrancar as unhas não são delinquentes, mas agentes da Polícia Nacional pagos por um grupo empresarial que tem o nome de um fruto silvestre angolano.
Direitos Humanos, Hina Jilani, dizer que está satisfeita com a situação dos
Direitos Humanos em Angola. Hina Jilani deverá é ter ficado satisfeita com os almoços e jantares
oferecidos pelo Governo angolano, bem como as visitas guiadas feitas por algumas províncias do País. Isto se não levou algumas pedras brilhantes na bagagem ao regressar.
terça-feira, junho 13, 2006
Cabinda: Vinte e oito detidos durante a tomada de posse de Dom Filomeno Viera Dias
Nomeado bispo de Cabinda a 11 de Fevereiro de 2005, Filomeno Vieira Dias «tomou posse» no sábado, dia 10 de Junho, na Sé Catedral, num ambiente de «calma» e «sem incidentes». Todas as previsões apontavam para uma investidura de «elevado risco» e, consequentemente, demasiado mediatizada, o que levou «o regime a disponibilizar meios de repressão visíveis, embora muitos deles disfarçados como civis».
Fonte: O Apostolado
A glória do autor de "Luuuanda" no Prémio Camões
Crónica do Jornalista F.Cruz Gome publicada inicialmente no único jornal do mundo virado para a Lusófonia, Notícias Lusófonas