O Arauto

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quarta-feira, junho 14, 2006

Direitos Humanos? Só para uns quantos...

"Quando eram zero horas chegou a minha vez. Chamaram-me e eu saí. Amarraram-me de novo no porta-bagagem com um pano na cara. Não sabia onde ia. Um tempo depois dei conta que estava naquelas barrocas do Roque Santeiro, naqueles buracos, lá no fundo.Depois de me desamarrarem a cara diziam: agora vais morrer. Aqui tens que dizer onde está o cofre. E eu dizia sempre: se tivesse o cofre iria entregar. Não conheço nem sei qual é o tamanho do cofre, nem tenho acesso para saber onde ficava este cofre. Manipularam as armas AKM e pistolas. Puseram bala na câmara e mostraram-me, veja está a entrar. Eu eu disse: se quiserem matem-me, mas um dia, mesmo que for daqui a 20 anos, o dono vai saber que morri. Mas não roubei o dinheiro dele".
Estas são declarações à VOA de um dos homens que foi acusado e arbitrariamente detido (surrado, escalavrado, humilhado) por agentes da Polícia Nacional de ter roubado um cofre com USD 150 mil que se encontravam na sede da Maboque em Luanda.
Os agentes da Polícia Nacional, para além de o terem, a ele e mais três colegas, pontapeado que nem um cão tinhoso, arrancaram-lhe as unhas com alicate.
Será que isso dá para dar uma ideia do actual grau de respeitabilidade de Direitos Humanos pelo Governo angolano?
Ainda assim Hina Jilani, representante especial do secretário-geral das ONU para os Direitos Humanos, quando visitou (uma visita guiada, sublinhe-se) Luanda e algumas províncias disse "estar satisfeita com a situação de Direitos Humanos em Angola".
Pudera!Quem é que não ficaria satisfeito com cama e comida toda paga pelo Governo angolano? Qualquer um ficaria, ademais se o seu País de origem fosse o Paquistão!
Quem é que não ficaria satisfeito com a hospedagem toda paga num hotel de cinco estrelas toda paga pelo Governo? Qualquer um ficaria !
Mas penso mesmo é que Hina Jilani deverá ter é ficado satisfeita com os almoços ( será que a ONU não tem dinheiro?) que teve nos restaurantes do Hotel Trópico em Luanda, o que não lhe permtiu ver e ouvir situações como a que acabamos de descrever.
Não admira que, na sua despedida, tenha levado algumas pdras brilhantes para dizer a Kofi Annan que em termos de Dieritos Humanos em Angola, está-se bem!

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