Club-k ou o gato escondido com o rabo de fora?
O Notícias Lusófonas publicou, em manchete, um artigo sobre uma diplomata angolana nos EUA. Pelo que me é dado ver nos sites ligados a temáticas angolanas, o artigo provocou alguns estragos de monta. Só por isso estão de parabéns o NL e o autor, o meu amigo Jorge Eurico. O Jornalismo é isso mesmo.
Como acontece muitas vezes, o Clube dos Angolanos no Exterior, Club-k, resolveu também publicar o artigo em questão mas, pouco tempo depois, retirou-o. A explicação que resolveu dar mostrou que é pior a emenda que o soneto.
Sem mais nem porquê, o site do Club-k, estampou um comunicado em que pretende a despropósito explicar o inexplicável. Vejamos: «A direcção do Club-k.net não foi pressionada pelas autoridades governamentais angolanas ou pelo partido do MPLA para retirar a notícia na íntegra».
Alguém disse que o direito, legítimo, de retirar um artigo se ficou a dever a pressões do Governo de Luanda e ou do MPLA?
Acredito que muitos, onde me incluo, tenham pensado isso. Tal como acredito que muitos, onde não me incluo, tenham pensado que o artigo fora publicado por pressões da UNITA. Mas daí a o Club-k ter tido a necessidade de, sem mais nem porquê, fazer um comunicado a defender-se de uma acusação que ninguém tinha formulado de forma expressa, não lembraria ao Diabo... se não houvesse alguma verdade.
O Club-k, que tem tido uma postura correcta de genericamente louvável, resolveu agora esconder o gato de uma forma tão primária que, sobretudo perante os angolanos, deixou o rabo do animal muito bem visível. Aliás, ao acrescentar que «o Club-k. net é um órgão independente e que não tem parcerias com as duas instituições acima mencionadas para censurar ou seleccionar os artigos a serem publicados», mostra – mesmo que involuntariamente – que onde há fumo há fogo.
«Parcerias para censurar ou seleccionar artigos»? Valha-nos Deus. O Club-k, na minha opinião, espalhou-se completamente. O comunicado que publicou mostra a todos apenas uma coisa: Houve de facto pressões para retirar o artigo. Se quem não deve não teme, não havia razões para justificar fosse o que fosse.
Ao assumir as dores do Governo de Luanda e do MPLA, o Club-k mostrou à sociedade que, afinal, em matéria de democracia, de liberdade, em Angola ainda é mais a parra do que a uva.
Orlando Castro, colunista do Notícias Lusófonas
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