O Arauto

Photobucket

domingo, abril 22, 2007

Com a «Positiva» (também) de alma e coração

Refinaldo Chilengue (jornalista com créditos mais do que firmados do Rovuma ao Maputo, do Índico ao Zumbo e não só) convidou-me a colaborar na revista mensal por si dirigida que é, indubitavelmente, uma referência incontornável da Comunicação Social moçambicana pós-independência, a “Positiva”.


É evidente que, de forma positiva, acedi (e com muito gosto!) ao convite do Refinaldo Chilengue. Confesso que (até) não foi difícil aceitar o convite, porque entendo, pois, que o comodismo é a letargia da criação.

Aceitei a colaboração modestamente num desafio que, se para tal tiver engenho e arte, me deixará feliz por saber que, como profissional da caneta, poderei contribuir para a eficácia da “Agenda 2025”, que tem como escopo fundamental o estabelecimento de novos caminhos para impulsionar o desenvolvimento de Moçambique.


Por isso, procurarei emprestar o meu modesto concurso todos os meses, mesmo quando os que tenta(ra)m levar a «Carta a Garcia» tudo fizerem para que possa estar ausente.

Estarei atento (e espero que façam o mesmo) para evitar que, como muitas vezes acontece, os «amigos» de última hora me rasteirem para que a «carta» caia na valeta mais próxima. Para tal basta que saiba ser o que sou e não o que os outros (refiro-me aos poderes instituídos ou aos seus criados de luxo) querem que seja.
Tenho consciência que as palavras voam mas os escritos são eternos, tão eternos como a moçambicanidade que (agora também) transporto no peito ou como a memoria Lusófona que respiro, quer seja em Lisboa, em Luanda, em Maputo...
Crónica publicada inicialmente aqui

Etiquetas: , ,

sexta-feira, abril 06, 2007

Silêncio! Morreu o jornalista António Gouveia (o Novato)

Silêncio! Morreu o jornalista António Gouveia (o Novato), dizem-me a partir de um telefonema que acabo de receber de Luanda. O mensageiro (da desgraça) omite as razões da razão que inesperadamente Te levaram deste mundo, mas isso agora pouco (ou mesmo nada) importa. Como consolo nada mais me resta senão lamentar a Tua inesperada partida; a partida inopinada de um amigo, camarada, companheiro com quem se podia sempre contar quando o assunto fosse Jornalismo. O Gouveia era capaz de terçar armas sem virar a cara e muito menos voltar às costas quando a questão tivesse que ver com Jornalistas.
Silêncio! Morreu o Jornalista António Gouveia (o Novato).
Conheci-o (na altura estava eu ao serviço do extinto e saudoso semanário “Comércio Actualidade”) num dia qualquer do início da década 90. Na verdade, primeiro conheci os textos e depois a pessoa, que era o correspondente do jornal na região Austral do continente.
Silêncio! Morreu o Jornalista António Gouveia (o Novato).
Quando o conheci pessoalmente logo percebi que o homem não tinha papas na língua e sem pruridos dizia o que pensava. Pensei que daria para uma (boa) entrevista. Pedi e ele concedeu-ma. A entrevista foi polémica. Nela o Gouveia mostrou que os tinha no lugar ao denunciar que alguns Jornalistas em 1992 tinham sido corrompidos com viaturas de marca Hyundai para favorecer o partido no poder durante as eleições. O Novato, na aludida entrevista, disse mais: era preciso prender um dirigente corrupto para moralizar a sociedade. Disse mais: o país precisava de ver a punição de um dirigente devido a corrupção. Tal atitude no seu entender serviria de mote para moralizar a sociedade angolana.
Silêncio! Morreu o jornalista António Gouveia (o Novato).
Partiste sem que Te pudesse despedir. Há menos de quinze dias partiste e já sinto uma saudade infinita de contigo, discutir ideias, falar das nossas amigas. Já me fazem falta as nossas tertúlias nas noites quentes de Luanda, sinto a necessidade de cantarolar aquela música do Bangão de que Tu muito gostavas.
Por isso (e por outras), vou, em Tua memória e da nossa amizade, cantar o semba. Sei que Deus, seja Ele quem for, há-de aprovar. É, na verdade, uma ode à Tua pessoa.
Meu irmão, quero que saibas, pois, que tenho orgulho de ter sido Teu amigo e companheiro. Descansa em paz e até um dia camarada!
PS - O Novato já não mora na Revolução de Outubro (Prenda), mas sim no Alto
das Cruzes.
Crónica publicada inicialmente aqui

Etiquetas: , , ,

Uma mulher de (boas) armas na corrida à Presidência

José Eduardo dos Santos, candidato natural (?!) do Menos Pão Luz e Água (MPLA) às próximas eleições presidenciais, conta com um mais um adversário na corrida ao palácio da Cidade Alta. Trata-se de Luisete de Jesus Macedo de Sousa Araújo (cristã fervorosa, cultora do saber e observadora atenta dos factos sociais e políticos angolanos) que recentemente apresentou ao público, no Museu de História Natural em Luanda, sua candidatura às próximas eleições presidenciais.

O nome de Luisete Araújo vem animar o cenário político angolano e junta-se assim aos de Vicente Pinto de Andrade (economista, sociólogo, docente universitário), José João Louro Kambowela (cientista político), que há mais de um ano anunciaram a intenção de enfrentar o legal mas (i)legitimo Presidente da República de Angola nas urnas.

De resto, Luisete Araújo será, na História da Angola pós-colonial, a segunda mulher que de forma afoita se prontifica, nestes tempos do nosso tempo, a concorrer para mais alta magistratura do País ombreando com José Eduardo dos Santos e demais políticos.


Mas quem é, afinal, Luisete Araújo? É filha de Francisco Henriques de Macedo e de Fátima da Natividade Benge, nasceu em Luanda aos 22 de Fevereiro de 1960. É finalista do Bacharelato de Teologia pela Escola Superior da África Ocidental.


O que já fez na vida? Em 2005 criou um programa na rádio Luanda Antena Comercial (LAC), denominado "Educação Familiar", depois de em 2001 ter passado pela Rádio Nacional de Angola (RNA), onde foi locutora no programa "Mel que Mata".

A primeira mulher angolana a concorrer às eleições presidenciais em 1992, recorde-se, foi Analia de Victoria Pereira, líder do Partido Liberal Democrático (PLD), tendo ganho na época a simpatia popular e o cognome de “Mama Coragem” por ter tido tal ousadia (no bom sentido, pois claro!) de ter feito jus aos seus Direitos Civis e Políticos.

Etiquetas: , , ,