O Arauto

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sexta-feira, abril 06, 2007

Silêncio! Morreu o jornalista António Gouveia (o Novato)

Silêncio! Morreu o jornalista António Gouveia (o Novato), dizem-me a partir de um telefonema que acabo de receber de Luanda. O mensageiro (da desgraça) omite as razões da razão que inesperadamente Te levaram deste mundo, mas isso agora pouco (ou mesmo nada) importa. Como consolo nada mais me resta senão lamentar a Tua inesperada partida; a partida inopinada de um amigo, camarada, companheiro com quem se podia sempre contar quando o assunto fosse Jornalismo. O Gouveia era capaz de terçar armas sem virar a cara e muito menos voltar às costas quando a questão tivesse que ver com Jornalistas.
Silêncio! Morreu o Jornalista António Gouveia (o Novato).
Conheci-o (na altura estava eu ao serviço do extinto e saudoso semanário “Comércio Actualidade”) num dia qualquer do início da década 90. Na verdade, primeiro conheci os textos e depois a pessoa, que era o correspondente do jornal na região Austral do continente.
Silêncio! Morreu o Jornalista António Gouveia (o Novato).
Quando o conheci pessoalmente logo percebi que o homem não tinha papas na língua e sem pruridos dizia o que pensava. Pensei que daria para uma (boa) entrevista. Pedi e ele concedeu-ma. A entrevista foi polémica. Nela o Gouveia mostrou que os tinha no lugar ao denunciar que alguns Jornalistas em 1992 tinham sido corrompidos com viaturas de marca Hyundai para favorecer o partido no poder durante as eleições. O Novato, na aludida entrevista, disse mais: era preciso prender um dirigente corrupto para moralizar a sociedade. Disse mais: o país precisava de ver a punição de um dirigente devido a corrupção. Tal atitude no seu entender serviria de mote para moralizar a sociedade angolana.
Silêncio! Morreu o jornalista António Gouveia (o Novato).
Partiste sem que Te pudesse despedir. Há menos de quinze dias partiste e já sinto uma saudade infinita de contigo, discutir ideias, falar das nossas amigas. Já me fazem falta as nossas tertúlias nas noites quentes de Luanda, sinto a necessidade de cantarolar aquela música do Bangão de que Tu muito gostavas.
Por isso (e por outras), vou, em Tua memória e da nossa amizade, cantar o semba. Sei que Deus, seja Ele quem for, há-de aprovar. É, na verdade, uma ode à Tua pessoa.
Meu irmão, quero que saibas, pois, que tenho orgulho de ter sido Teu amigo e companheiro. Descansa em paz e até um dia camarada!
PS - O Novato já não mora na Revolução de Outubro (Prenda), mas sim no Alto
das Cruzes.
Crónica publicada inicialmente aqui

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