Jornalistas cabo-verdianos denunciam tentativa de intimidação
A Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) anunciou, recentemente na Praia, que protestará junto da Ordem dos Advogados contra a “tentativa de intimidação” feita por dois membros seus contra uma equipa da televisão estatal que cobria em Mindelo, na ilha de São Vicente, um julgamento sobre narcotráfico. A alegada tentativa de intimidação foi denunciada pelo jornalista da delegação do Mindelo da Televisão de Cabo Verde (TCV), Rui Almeida Santos, e pelo repórter de imagem, Gabriel Delgado, que dizem terem sido “ameaçados” pelos advogados Eurico Monteiro e José Manuel Pinto Monteiro quando tentavam recolher imagens à saída do tribunal. Os dois profissionais da TCV acusam os advogados de terem ameaçado agir judicialmente contra eles devido à reportagem a ser emitida pela televisão pública cabo-verdiana sobre o fim de um dos julgamentos mais mediáticos realizados, nos últimos anos, no arquipélago e que culminou com a condenação de 10 dos 14 réus a penas que vão de três a 12 anos de prisão. “Perante a justificação de que estávamos a trabalhar e a exercer o nosso dever de informar, um dos envolvidos, José Manuel Pinto Monteiro, chegou ao ponto de ameaçar fisicamente o operador de imagem caso o filmasse”, lê-se numa nota publicada pelos jornalistas. Gabriel Delgado anunciou que vai intentar uma queixa-crime contra o advogado José Pinto Monteiro junto Procuradoria da República por ameaça a sua integridade física. Por seu lado, a AJOC repudiou “qualquer tipo de obstáculo à captação de imagens em espaços públicos no exercício da profissão” e solidarizou-se “de forma incondicional” com os jornalistas. O presidente da AJOC, Paulo Lima, anunciou igualmente o apoio da organização às iniciativas que os jornalistas poderão empreender em relação a este caso, instando os profissionais da comunicação social de Cabo Verde a “continuarem os seus esforços de informar os cidadãos”. “Estamos em crer que os cidadãos terão sabido ajuizar da pertinência da denúncia feita publicamente na TCV e é nosso entendimento que tais práticas não devem, nem podem fazer escola no nosso país, a bem das relações que devem existir entre as classes profissionais”, conclui Paulo Lima. A AJOC exorta igualmente a Ordem dos Advogados a tomar providências no sentido de evitar que incidentes do género voltem a repetir-se.
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