O Arauto

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quarta-feira, janeiro 31, 2007

UNITA ameaça levar caso dos deputados dissidentes à Justiça internacional

A UNITA ameaçou hoje, quarta-feira, 31, recorrer aos tribunais internacionais, caso o Supremo Tribunal angolano aceite que 16 dos seus deputados na Assembleia Nacional (AN) formem uma bancada de independentes. O líder da bancada parlamentar do Galo Negro, Alcides Sakala, deu hoje uma conferência de imprensa em Luanda para anunciar que o partido enviou, no passado dia 18, uma petição ao Tribunal Supremo angolano, subscrita por 45 dos seus deputados, para solicitar um parecer sobre a questão dos mandatos.
De acordo com a lei eleitoral angolana, explicou a UNITA, um deputado só pode solicitar a passagem a independente caso tenha sido eleito como tal nas listas de um partido, facto que não ocorreu com os 16 deputados visados.
O caso começou em Abril de 2005, quando a direcção da UNITA decidiu substituir oito deputados que tinham sido eleitos como suplentes nas eleições de 1992. Na resposta, a Assembleia Nacional solicitou ao maior partido da oposição que a substituição abrangesse todos os deputados que se encontram naquela situação, o que a UNITA aceitou e foi aprovado por um parecer da comissão parlamentar de mandatos.
Os problemas começaram na sessão plenária de 31 de Janeiro de 2006, quando um grupo de 16 deputados se recusou a abandonar o Parlamento, acabando a Assembleia Nacional (AN) por adiar a questão. No início de Outubro, os 16 deputados solicitaram ao presidente da AN a sua passagem ao estatuto de independentes.
Caso o pedido venha a ser aceite pelo presidente do parlamento, a bancada da UNITA reduzir-se-ia de 70 para 54 deputados, passando o grupo dos independentes a ser a terceira maior força política da Assembleia Nacional, logo atrás das bancadas do MPLA e da UNITA. Sakala considerou que todo este problema político é "o grande sonho do MPLA", o partido do Governo, que, "em vista das eleições legislativas" de 2008, "quer transformar" a bancada dissidente num factor de "desgaste" da UNITA, principal força da oposição.
Adalberto Costa Júnior, porta-voz do Galo Negro, afirmou que a atitude do MPLA "é muito perigosa", porque "o país está longe da estabilidade" e "estar sempre a denegrir a convivência política" não é são para o futuro do país. "Isto é um alerta", sublinhou o porta-voz.
"É preciso democratizar Angola", acrescentou Alcides Sakala, recuperando as palavras que o líder do seu partido, Isaías Samakuva, proferira no princípio de Dezembro. "Vamos denunciar este atentado à democracia", assegurou na altura Isaías Samakuva.
A atitude da UNITA em relação a este caso mudou desde o princípio de Dezembro, já que, nessa altura, Samakuva pronunciara-se desfavoravelmente sobre o recurso ao Tribunal Supremo. Na perspectiva de Isaías Samakuva, "existe um plano estudado para se criar uma nova bancada na Assembleia Nacional, que visa fazer aprovar as alterações constitucionais necessárias à Agenda Nacional de Consenso apresentada pelo MPLA".
"A aprovação da Agenda Nacional de Consenso obriga a mexer na Constituição, o que só é possível com dois terços dos deputados, que o MPLA não tem, mas que pode conseguir com a criação da nova bancada", afirmou o líder da UNITA. Em causa, segundo Samakuva, estaria um eventual reforço dos poderes do Presidente da República.

Fonte: Notícias Lusofonas

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Governo de Angola «garante» isenção e seriedade nos media

O Governo angolano quer garantir (até lá é preferível ser como São Tomé, ou seja, ver para crer!) à opinião pública nacional e internacional que os órgãos de Comunicação Social públicos angolanos serão isentos nas próximas eleições. Se há a preocupação de se garantir que serão imparciais nas próximas eleições, isso é sinal de que não o foram nas primeiras eleições realizadas no País. Será que as acusações que determinadas pessoas colectivas têm feito, segundo as quais os órgãos de Comunicação Social públicos fizeram campanha a favor de um determinado partido durante as eleições 1992, são fumo sem fogo? Quem sabe? Saberá certamente quem confere a importância devida a uma rádio, uma televisão ou jornal quando o assunto é lutar para manter o poder e os privilégios para uns poucos angolanos, no caso vertente o MPLA.
Com vista a conferir (mais) seriedade e (maior) dinamismo no desempenho dos principais órgãos de Comunicação Social públicos, o ministro Manuel Rabelais tomou recentemente a oportuna decisão de mudar os “desgastados e velhos” rostos das direcções da Rádio Nacional de Angola (RNA), Televisão Pública de Angola (TPA) e Jornal de Angola (JA).
Caucionada pelo Presidente da República Eduardo dos Santos, a deliberação de Rabelais tem como escopo garantir aos partidos políticos na Oposição e às Organizações da Sociedade Civil (OSC) a isenção dos referidos órgãos de Comunicação Social durante às próximas legislativas e presidenciais aprazadas para o próximo ano.
A consideração de Manuel Rabelais confirma, segundo um analista político ouvido pelo NL, implicitamente as denúncias que o Galo Negro tem feito amiúde sobre os órgãos de Comunicação Social públicos, segundo as quais terão feito o jogo do MPLA durante as eleições de 1992.
Entretanto, a tomada de atitude do ministro da Comunicação Social poderá, segundo apurou o NL, ser secundada nos próximos dias por uma reestruturação interna na Angop, a única agência de informação do País.
A reestruturação, de acordo com as fontes do NL, passará pela criação de um portal, a eliminação e a criação de novos desk’s, mas sobretudo pela rotatividade de alguns quadros. Assim , o nome do jornalista José Xavier, substituído há menos de 60 dias no cargo de director de informação por Luísa Damião (até então adida de imprensa da Embaixada de Angola em Havana, Cuba), é apontado para delegado da Angop em Lisboa, Portugal. Jorge Conceição que presentemente se encontra em Lisboa (Portugal) poderá, afiançam as fontes do NL, responder pela delegação da Angop em Londres, capital da Inglaterra.

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UNITA quer Morgado ou Sicato a suceder a Veloso no Ministério da Saúde

A UNITA entregou ao Presidente angolano uma lista com os nomes de Carlos Morgado e de Anastácio Sicato para possíveis sucessores de Sebastião Veloso na pasta da Saúde do actual Governo, disse Alcides Sakala. O líder parlamentar da UNITA adiantou que a escolha do partido já está na presidência e que aguardam agora a decisão de José Eduardo dos Santos.

Os nomes de Carlos Morgado, antigo médico pessoal do falecido líder histórico do Galo Negro, Jonas Savimbi, e de Sicato, actualmente a exercer medicina em Portugal, já faziam parte da anterior lista para o Ministério da Saúde, apresentada pela UNITA em 2004, mas foram preteridos pelo Presidente José Eduardo dos Santos que, então, preferiu escolher Veloso.

Segundo Adalberto Costa Júnior, porta-voz do partido do Galo Negro, o Presidente angolano só não deu posse ao novo ministro da Saúde na semana passada porque assim não o entendeu, pois os dois nomes escolhidos pela comissão permanente da UNITA foram entregues no dia 23, terça-feira.

José Eduardo dos Santos, que também exonerou o ministro da Agricultura, Gilberto Buta Lutucuta, no dia 19, já deu posse ao substituto, Pedro Canga, enquanto a vaga no Ministério da Saúde permanece por preencher.

Veloso, que estava no Executivo desde 17 de Dezembro de 2004, foi substituído no meio das críticas da UNITA que afirma não ter sido consultada sobre o assunto e de ter sido confrontada com um facto consumado.

Questionado sobre se a UNITA chegou a ponderar a saída do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), onde dirige três dos 30 ministérios (além da Saúde, tem as pastas da Geologia e Minas e da Hotelaria e Turismo), Adalberto Costa Júnior explicou à Lusa que a hipótese foi debatida pela comissão política do partido, mas a liderança preferiu manter-se no GURN apesar "de a maior parte dos quadros" ser "desfavorável" a essa posição.

O ex-ministro da Saúde, em conversa com a Agência Lusa, garantiu não ter saído com "mágoa", embora tivesse "pena" de não lhe terem dado mais "90 ou 120 dias" no posto para poder assistir à inauguração da primeira unidade de hemodiálise de Angola, no hospital Josina Machel de Luanda, para poder ver a conclusão da montagem do aparelho de ressonância magnética no Hospital Oncológico ou para estar presente aquando da primeira cirurgia cardíaca do país, marcada para Abril.
Fonte: Lusa

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Tito Paris põe todos os dedos na ferida

Tito Paris, um dos rostos mais visíveis da música cabo verdiana em Portugal, encheu-se de coragem e veio a público mostrar que, apesar de tudo, ainda há força no corpo e na alma de alguns, mas poucos, cabo verdianos. Em jeito de desabafo há muito contido no peito, Paris denunciou em entrevista ao semanário "Expresso das Ilhas" que há cerca de seis / sete anos que " ando atrás de um patrocínio para trazer uma orquestra para Cabo Verde e ninguém liga, quando... dão milhares de contos para determinados projectos, apenas por razões políticas”.
Sem medo nem receio de dizer aquilo que pensa ( não se esperava o contrário), o músico revelou que "o Estado de Cabo Verde nunca investiu nada em mim. No meu caso, tenho que agradecer Portugal, de coração. Agradecer aos seus governantes e ao seu povo. E isto deixa-me triste, por outro lado, porque não tive esse reconhecimento e carinho da parte das autoridades do meu País, e isso por um motivo bobo, porque partidarizam e politizam a cultura... E muitas vezes, somos penalizados, isto porque existem aqueles que declaram que são a favor do partido que está no Governo e são beneficiados. E entregam-lhes dez ou vinte mil contos para irem fazer o que quiserem».
Pois é. A ser verdade que o Estado cabo verdiano nunca investiu nada em Tito Paris, é sinal de que ele é de uma outra família política que não a que se encontra no poder (o PAICV).
Infelizmente (para mal dos nossos pecados e para prazer da maldade deles, os do poder), passa-se isso não só em Cabo Verde, mas também em Angola, em Moçambique, na Guiné-Bissau e, pasmem se quiser, em Portugal.
As declarações de Tito Paris, para quem acompanha de forma séria e honesta a política cabo verdiana, não constituem novidade nenhuma; são, aliás, nada mais nada menos que uma reafirmação daquilo que temos dito aqui bastas vezes: Cabo Verde (ainda) não é um país de desenvolvimento médio por não ser um Estado de Direito democrático. Mas há quem insiste teimosa e erradamente em classificá-lo como país de desenvolvimento médio.
Pois tal teimosia e tal erro desviam as atenções da Comunidade Internacional dos verdadeiros problemas politicos por que passa em Cabo Verde e perpectua o sofrimento dos cabo verdianos.
Diz Tito Paris que a cultura cabo verdiana tem sido partidarizada, politizada. Mas, no que a nós diz respeito, isso já é, e há muito, por demais consabido. E não sabemos apenas isso. Sabemos, por exemplo, que já morreram pessoas à porta do banco de urgência do hospital Agostinho Neto na cidade da Praia. Porquê? Porque eram membros do MpD e, ao arrepio da Ética e Deontológia, os médicos, que por sinal eram do PAICV, recusaram-se pura e simplesmente a atendê-las.
Sabemos também que se alguém for pedir um emprego e identificar-se como não membro do PAICV é o suficiente para não ter acesso ao emprego.
Quem não tem conhecimento disso são todos aqueles, cabo verdianos ou não, que pensam que Cabo Verde resume-se às nostálgicas mornas que soam bem no ouvido. E o PAICV, como não poderia deixar de ser, tira proveito disso para embarricar os cabo verdainos na diáspora e o mundo.
É preciso, pois, que haja mais cabo verdianos a denunciarem (cá fora ou lá dentro) o que, como o fez Tito Paris, se passa lá dentro!
Publicada inicialmente aqui

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sábado, janeiro 27, 2007

Vem aí a AJEL

Associação de Jornalistas e Escritores Lusófonos (AJEL) é a denominação de uma agremiação a ser criada e sequentemente proclamada dentro de alguns meses em Lisboa, Portugal.
A AJEL, uma iniciativa de um grupo de Jornalistas e Escritores Lusófonos residentes em Lisboa (Portugal), tem como principais objectivos os defender os interesse da classe, lutar para uniformização da carteira profissional, bem como reforçar os laços de intercâmbio entre os jornalistas da Lusofonia e denunciar tudo aquilo que se passa com os profissionais da Comunicação Social que tenahm a Língua Portuguesa como instrumento de trabalho.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Carta do ministro da cultura cabo verdiano para Tito Paris

O ministro da Cultura, Manuel Veiga, reagiu às recentes declarações de Tito Paris ao jornal "Expresso das Ilhas" sobre a música de Cabo Verde. Em entrevista aquele órgão, publicada na semana passada, o artista radicado em Portugal diz, entre outros aspectos, que nunca recebeu nada do Governo de Cabo Verde, que nomes como Cesária Évora e B.Léza não são valorizados e que a música de Cabo Verde está em extinção, mas só no próprio país.


Caro Artista Tito Paris,

Praia, 23 de Janeiro de 2007

Tomei conhecimento, com alguma surpresa, das declarações feitas, por si, na entrevista publicada no Expresso das Ilhas nº 267, de 17 de Janeiro de 2007.

Cabo Verde inteiro - o seu povo, mas também os sucessivos Governos - o tem acolhido como um artista que nos orgulha a todos, não apenas como natural de S. Vicente, mas sobretudo como um artista de dimensão nacional.

O Governo a que pertenço interpreta a cultura como o fôlego da Nação, a força anímica que nos une, que nos especifica, que nos estimula ao diálogo, à inovação, à criatividade e ao desenvolvimento. É esta força da cultura que já nos convenceu - nós Governo, mas sobretudo nós Povo de Cabo Verde - que a sobrevivência da Nação depende da nossa unidade cultural.

Daí que a cultura não tenha e nem deva ter partidos. Daí que a discriminação cultural não seja e nunca será uma prática da política cultural deste Governo e do Ministério sob a minha responsabilidade.

Concordo com o artista Tito Paris quando diz que «a riqueza da cultura cabo-verdiana mora aqui», isto é em Cabo Verde; quando diz ainda que a nossa música é pouco estudada, que ela deve ocupar um espaço maior na Rádio e nas discotecas, que os recursos do Ministério da Cultura são limitados. Essas observações devem merecer uma análise e uma reflexão adequadas do Governo, mas também da Nação.

Porém, não posso concordar com o artista Tito Paris quando diz: “a música de Cabo Verde está em extinção, só em Cabo Verde” ; que ninguém se lembrava de Cesária, de Jotamonte, de B. Leza e do próprio Tito Paris, porque são de S. Vicente.

Não posso concordar ainda quando diz que «há cerca de seis / sete anos que anda atrás de um patrocínio para trazer uma orquestra para Cabo Verde e ninguém liga, quando... dão milhares de contos para determinados projectos, apenas por razões políticas”.

Continuo a não concordar consigo quando afirma «O Estado de Cabo Verde nunca investiu nada em mim. No meu caso, tenho que agradecer Portugal, de coração. Agradecer aos seus governantes e ao seu povo. E isto deixa-me triste, por outro lado, porque não tive esse reconhecimento e carinho da parte das autoridades do meu País, e isso por um motivo bobo, porque partidarizam e politizam a cultura... E muitas vezes, somos penalizados, isto porque existem aqueles que declaram que são a favor do partido que está no Governo e são beneficiados. E entregam-lhes dez ou vinte mil contos para irem fazer o que quiserem».

Não posso concordar com todas essas afirmações porque elas não correspondem à realidade. Com efeito, a Cesária tem sido a «diva» de todos nós, aclamada e proclamada pelas autoridades, mas também pelo povo de Cabo Verde, tendo sido condecorada por duas vezes, uma com o 1° Grau da Medalha do Vulcão e outra com a 1ª Classe da Ordem do Dragoeiro, para além de uma moradia que o Estado de Cabo Verde pôs à sua disposição. O B. Leza emprestou o seu nome ao nosso 1º Boieng. Eu mesmo, como cidadão e como homem de cultura, pertenci ao júri e fui eu quem apresentou as fundamentações que foram votadas por unanimidade. Em Abril de 2007 vai ter lugar um Simpósio sobre o 1º Centenário da Geração do Movimento Claridade, e B. Leza faz parte dos homenageados. O Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro patrocinou a edição de um trabalho de investigação sobre B.Leza, da autoria da jornalista Gláucia Nogueira, com o título de No Tempo de B.Leza.

O próprio Tito Paris contou com um apoio simbólico do Ministério da Cultura em 2006 (ver documento anexo, inclusive a fotocópia do cheque emitido e recebido).

Mais: eu próprio testemunhei a condecoração de Tito Paris em 2005, por ocasião do Trigésimo Aniversário da Independência Nacional.

Quanto à atribuição «de dez ou vinte mil conto» para artistas que são a favor do partido do Governo estou em condições de lhe dizer que não corresponde a verdade. Mesmo que quisesse, o limitado orçamento do Ministério da Cultura não permitiria a prática dessa barbaridade e dessa exclusão.

Espero ter esclarecido ao artista Tito Paris, eu que, sem lhe dar «palmadinhas nas costas» sou também seu admirador.

E se me dei ao trabalho de lhe escrever esta longa carta é porque reconheço o contributo que tem dado e continua a dar à nossa música. Para mim é e continua a ser um parceiro fundamental da nossa política cultural em Cabo Verde e no mundo. Interpreto as inverdades de alguma das suas afirmações como falta de informação ou então como resultado de desinformação de que, provavelmente, terá sido vítima.

Estando no início do novo ano, termino fazendo os meus melhores votos para a sua carreira artística, mas também pelo sucesso da vida cultural em Cabo Verde e no mundo. Digo isto com toda a sinceridade, eu que em outras ocasiões já lhe dei provas da minha amizade e solidariedade

Melhores Cumprimentos,

Manuel Veiga

Ministro da Cultura

C/C

Jornal Expresso das Ilhas

Representante do artista Tito Paris em Cabo Verde,

Sr. Aldino Cardoso


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terça-feira, janeiro 23, 2007

Presidente da UNITA solidário com vítimas das chuvas

«O Presidente da UNITA, Isaías Samakuva, vem por este meio endereçar as mais sentidas condolências a todas às famílias das vítimas das chuvas que caíram na cidade de Luanda, no dia 22 de Janeiro do ano em curso.»
«Aproveita o ensejo para se juntar aos esforços das entidades que visam repor a calma e a serenidade das populações afectadas, não obstante a situação dramática ainda reinante. Outrossim, insta o Governo central, a rever o modo como são construídas e fiscalizadas as infra-estruturas; a acelerar e aprimorar a requalificação urbana da cidade e, a prestar um apoio adequado à dimensão dos estragos, à população de Luanda e de outras áreas do país, assoladas igualmente pelas chuvas.
«Perante esta catástrofe de enorme magnitude que ceifou vidas humanas e levou milhares de famílias para a pobreza, a UNITA exorta o Governo para que medidas excepcionais sejam adoptadas, com vista a minorar o sofrimento de milhares de angolanos. Neste momento exorta os militantes, amigos e simpatizantes da UNITA, assim como todos os angolanos a solidarizarem-se com as famílias atingidas, prestando todo o apoio possível às vítimas das chuvas.
Luanda, 23 de Janeiro de 2007 A Presidência da UNITA»

Obrigado Notícias Lusófonas - Alto Hama fois desbloqueado

Pode ter sido coincidência, embora eu não acredite. Mas vamos aos factos. Hoje, às 14,27 horas, o Notícias Lusófonas fazia a seguinte Manchete: «Blogger quer, pode e manda à boa maneira das ditaduras» onde relatava que, por exemplo, o meu blogue estava bloqueado há 11 dias. Cinco horas depois o Alto Hama estava desbloqueado. Obrigado NL.
Por Orlando Castro in Alto Hama
Apesar de satisfeito, mantenho o que afirmei ao NL a este propósito: «Não deixa de ser curioso, apenas isso, que em alguns sites ligados às questões angolanas (as mais tratadas no meu blogue) tenham aparecido referências de que haveriam de calar este meu espaço. Registo igualmente, apenas isso, que é longa a lista de pessoas livres que o poder de Luanda considera como alvos a abater (leia-se, espero, a calar). Quanto à Blogger acrescento que lhes era fácil analisar o assunto já que do blog consta o nome, a cidade, a profissão, o número de carteira profissional e até a chipala».
E se como cidadão fiquei satisfeito com o regresso do Notícias Lusófonas, como responsável por este espaço, e em resultado do que acaba de se passar, ainda mais fiquei. Até novo incidente, o Alto Hama continuará na versão blogue e na versão colunista do NL.
Obrigado também a todos quantos (e foram muitos) me manifestaram apoio e abriram os seus espaços para que me fosse possível continuar a pôr o poder das ideias acima das ideias de poder.

A alternância não se compra - conquista-se

«A UNITA será poder em Angola no dia em que os angolanos o quiserem. Porque a UNITA é pertença do povo angolano. No nosso país, o processo de democratização é irreversível. Ora, a alternância de poder é uma característica inerente aos sistemas democráticos,» afirmou aqui ao NL, em 26 de Junho do ano passado, Anastácio Sicato, delegado da UNITA em Portugal.
Por Orlando Castro in "Notícias Lusófonas"
As afirmações de Anastácio Sicato continuam actuais, sobretudo porque já existe um calendário eleitoral feito, diga-se, à medida do MPLA de Eduardo dos Santos. Mas, no que respeita à UNITA no exterior, nomeadamente em Portugal, urge perguntar o que está a ser feito para justificar, ou apressar, essa alternância de poder. Não falo de ideias. Essas não faltam. Falo de coisas concretas, de projectos viáveis, de iniciativas com cabeça, tronco e membros.
Provavelmente por manifesta ignorância da minha parte, não vejo que a UNITA sobretudo mas não só em Portugal esteja a dar o seu contributo para que os angolanos possam – se assim o entenderem – conhecer um outro Governo e um outro presidente da República.
Anastácio Sicato dizia na referida entrevista, dada ao Jornalista Jorge Eurico, que “tarde ou cedo, o MPLA e o Presidente José Eduardo dos Santos acabarão por ceder o poder a outros”. Mas será que a UNITA está apostada em fazer com que se antecipe a alternância? Quando olho para sites como o Kwacha.net ou Unitaeuro.com fico com a sensação de que a UNITA está à espera que o poder em Angola caia de maduro, nada fazendo para mostrar aos angolanos que quando o fruto não presta deve ser retirado mesmo verde.
Quando vejo que a UNITA, ao contrário do MPLA, desperdiçar tantos e tantos valores que lhe são afectos e que estão espalhados por esse mundo fora, fico com a ideia de que a alternância, se acontecer, se deverá mais ou sobretudo à incapacidade do MPLA do que à acção da UNITA.
Não basta, como disse Sicato, afirmar “que a verdadeira soberania pertence ao povo e a mais ninguém”. É preciso que o povo saiba que tem esse poder e, mais importante, saiba quais são as alternativas.
Não chega, caro Anastácio Sicato, dizer que “só a alternância consolida os regimes democráticos”. A alternância não se compra, conquista-se. E para a conquistar é preciso trabalhar muito. Muito mesmo.

FLEC ataca coluna das FAA em Chicamba

Segundo fontes do Ibinda.com a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, FLEC, efectuou este sábado, 20 de Janeiro, uma emboscada contra uma coluna das FAA que transitava na localidade de Chicamba.O comando operacional da FLEC da região Centro de Cabinda confirmou ao Ibinda.com que o movimento efectuou um ataque contra uma coluna das Forças Armadas de Angola, FAA, que transitava junto à aldeia de Ngomongo, na localidade de Chicamba a poucos quilómetros da fronteira de Massabi.
Segundo os militares da FLEC a operação militar foi efectuada com «extrema rapidez» devido à importante presença militar angolana na região, «não tendo sido possível recuperar o material militar dos soldados angolanos mortos na operação» afirmou a mesma fonte, acrescentando que não pode avançar com o «número de baixas causadas no ataque» contudo «os populares viram vários mortos» disseram os mesmos militares.
O ataque ocorreu a poucos quilómetros da fronteira de Massabi, junto ao Congo Brazzaville, na aldeia de Ngomongo, localidade de Chicamba, «junto ao local onde foi assinado o cessar-fogo entre o Governo de Angola e a FLEC Renovada» precisou o mesmo comando da FLEC.

Fonte: NL

FRELIMO exorta críticos a «reconciliarem-se» com a História

A FRELIMO, no poder em Moçambique desde a independência do país há 31 anos, exortou hoje os críticos do fundador do partido, Eduardo Mondlane, a "reconciliarem-se com a história". Por ocasião do 38º aniversário do assassínio de Eduardo Mondlane, morto a 03 de Fevereiro de 1969 num atentado à bomba atribuído à PIDE, o porta-voz da FRELIMO, Edson Macuácuá, considerou "fracos" os que desvalorizam o papel de Mondlane na formação da frente que conduziu Moçambique à independência.


"Foi sempre assim, a história de qualquer nação é feita de heróis e de fracos, estes últimos são os que negam a relevância do Doutor Mondlane na construção da nação moçambicana", frisou Macuácuá. Mondlane, fundador da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que conduziu o país à independência em 1975, é uma referência histórica, social e cultural do partido. Alguns dissidentes da FRELIMO sustentam, no entanto, que Eduardo Mondlane foi imposto como presidente do partido, por uma das alas desta força política, quando esta já tinha sido formada, a 25 de Junho de 1962.


"Ele é o arquitecto da unidade nacional, definiu claramente os objectivos da luta de libertação, identificando o sistema colonial como o alvo e não o povo português", frisou o porta-voz da FRELIMO. O partido no poder rejeitou igualmente algumas críticas de que se afastou dos ideais do seu primeiro presidente, ao enveredar pelo marxismo-leninismo. Alguns críticos conotam Eduardo Mondlane com o capitalismo norte-americano, por o fundador da FRELIMO ter feito toda a sua formação universitária nos Estados Unidos, onde terá sido influenciado pela CIA (serviços secretos norte-americanos).


"O percurso da FRELIMO é o percurso projectado por Eduardo Mondlane, as suas ideias estão claramente reflectidas nos estatutos do partido", enfatizou Edson Macuácua.


Para assinalar o 38º aniversário da morte de Mondlane, a FRELIMO vai inaugurar no próximo dia 03 de Fevereiro um monumento alusivo ao dirigente, tendo ainda programado um vasto leque de programas culturais relacionadas com a efeméride.


Fonte:
Notícias Lusófonas

Cabo Verde tem a economia mais livre de África

Cabo Verde ocupa o sétimo lugar de uma lista de 40 países africanos com economia mais livre, de acordo com a classificação divulgada em Washington pelo The Wall Street Journal e pela Heritage Foundation. De acordo com a classificação, a nível mundial, o arquipélago figura no 88º lugar na lista de 157 países classificados nos "Index Of Economic Freedom (Índice de Liberdade Económica)" de 2007, elaborado por economistas e divulgado há 10 anos por aquelas duas entidades.
Na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Cabo Verde, com um índice de 58,4 por cento, é apenas ultrapassado por Portugal (43º) e pelo Brasil (70º), enquanto os outros cinco Estados membros da organização - Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe - estão abaixo do arquipélago.
O índice, que procura medir o grau de abertura das economias e o seu potencial de crescimento, é medido por factores como a liberdade de investimento e de comércio, o sistema político, os direitos laborais e de propriedade.
Os economistas que participam na elaboração do índice recomendam às autoridades cabo-verdianos a aposta em sectores como o turismo, as pescas, a manufactura, as comunicações e o transporte.
O índice de 2007 das economias mais livres do Mundo, liderada por Hong Kong, mostra que para os 157 países classificados, a liberdade económica global, depois de uma sustentada tendência de alta, ficou ligeiramente estagnada este ano, ficando 0,3 por cento abaixo da média em 2006.

Fonte: Notícias Lusofonas

Chivukuvuku em altos exercícios de pirotecnia política

De nada adianta culpar a imprensa. Abel Chivukuvuku tem a obrigação de saber que sempre que ele se entregar a exercícios de pirotecnia política como aquele em que incorreu quando foi contar a Kwata Kanawa, seu adversário político, a novidade da sua candidatura à liderança da Unita, estará sempre sujeito a atear um incêndio de sérias proporções nos seus próprios aposentos. E, claro, a sair chamuscado. No afã de refutar, com a legitimidade que lhe assiste, as acusações segundo as quais terá pedido ao Mpla apoios financeiros e políticos para a sua campanha à presidência da Unita, Abel Chivukuvuku acabou por cometer alguns tropeços que não ficam bem num político que pretende chegar um dia à mais alta magistratura do país.
Num episódio que, no fundo, se converteu numa espécie de teste de fogo à sua personalidade política, o deputado da Unita evidenciou que ainda lhe falta aquela serenidade que caracteriza os grandes políticos em momentos cruciais e de aperto. O enorme escarcéu que Chivukuvuku fez mostrou exactamente o desacerto com que agiria em momentos de tensão e pressão. É como aquele piloto que mal vê uma luz vermelha acender no painel de instrumentos, mesmo tendo condições para controlar a situação, perde a cabeça e precipita a aeronave e os passageiros contra o solo.
Quando o Semanário Angolense publicou a polémica matéria, teve o cuidado de chamar a atenção para a possibilidade de se estar em presença de uma cabala contra o dirigente da Unita. Uma cabala com duas pontas: uma para esvaziar o efeito da entrevista com a qual anunciou a candidatura à liderança do seu partido; outra ponta para estender-lhe uma casca de banana visando explorar eventuais reacções negativas da sua parte.
Este elemento, pelos vistos, escapou à análise de Chivukuvuku que fez exactamente o que os seus adversários encobertos desejavam. Ao jogar-se, cego de fúria, contra o jornal, vendo fantasmas onde eles não existem, ele foi de uma intolerância inaudita. «Tudo o que vai acontecer agora, nos marcos da modernidade, é o Semanário Angolense tratar este assunto com os tribunais, os advogados, a Dnic», foi a solução que Chivukuvuku apressou-se a arranjar.
Não parou um momento para reflectir, com serenidade, que a sua atitude podia ser lida como um sinal de que tendo poder os jornalistas são para serem abatidos. Ele, que muitas vezes criticou a leviandade com que os dirigentes do Mpla recorrem aos tribunais para dirimir conflitos com a imprensa, fez uso da mesma arma logo à primeira contrariedade séria que tem com um jornal, que se limitou a estampar as acusações que os seus adversários políticos lhe fazem.
Fazer recurso ao tribunal é a «maturação política» de que Chivukuvuku agora se ufana. Na realidade, não deixa de ser um avanço, um sinal de urbanidade que por certo não teria nas circunstâncias do passado, quando a Unita exibia poderio e vitalidade militar sob a tutela e comando de Jonas Savimbi.
Apesar de tudo, Chivukuvuku mostra-se ambivalente e a raciocinar com os arquétipos dos tempos da Jamba, quando vê «mandantes do regime» por detrás do Semanário Angolense. Este é um pensamento que caracterizou a escola propagandística da Jamba, onde os jornalistas tinham dono e não se admitia que pudessem pensar pela própria cabeça.
O Semanário Angolense sabe, felizmente, que muitos outros dirigentes da Unita conseguiram fazer essa ruptura de pensamento com o passado. Quando este jornal publicou a conhecida matéria «Os nossos milionários», Lukamba Gato qualificou-a como um «acto de coragem física e não apenas jornalística».
A independência deste jornal foi reconhecida pelo presidente da Unita, Isaías Samakuva, durante a visita que ele fez às suas instalações, no ano passado. O economista e deputado Fernando Heitor, colega de bancada de Chivukuvuku, nem sempre concorda com os pontos de vista do SA, mas isso não o impede de frequentes vezes elogiar o trabalho do jornal. Foi o que fez também o antigo médico de Jonas Savimbi, Carlos Morgado, em carta que nos fez chegar recentemente.


Se todos estes dirigentes da Unita nunca puseram em causa a independência e idoneidade do Semanário Angolense, é muito estranho que só Abel Chivukuvuku pense o contrário e atribua aos jornalistas desta casa «instintos primários». Ou mesmo quando os trata, pejorativamente, por «jovens do Semanário Angolense».



Este é um raciocínio inadequado para quem tenha pretensões de liderar um país. Mesmo do ponto de vista estratégico não é avisado que um político se atire, encarniçadamente, contra um jornal, como se o mundo tivesse acabado depois de um artigo menos simpático. O experiente político francês Eduard Balladur, autor do livro «Maquiavel em Democracia», aconselha os seus colegas de «métier» a nunca terem temor dos jornalistas, mas também a nunca subestimá-los.


Provavelmente, até que Chivukuvuku enfie na cabeça que os jornalistas não são nenhuns papões, mas que também não são umas criancinhas inofensivas, estará sujeito a coleccionar tropeções que podem fazer da sua progressão política um exercício de alpinismo profundamente arrastado e penoso. De nada adianta culpar a imprensa. Abel Chivukuvuku tem a obrigação de saber que sempre que ele se entregar a exercícios de pirotecnia política como aquele em que incorreu quando foi contar a Kwata Kanawa, seu adversário político, a novidade da sua candidatura à liderança da Unita, estará sempre sujeito a atear um incêndio nos seus próprios aposentos. E, claro, a sair chamuscado. Por conseguinte, cabe-lhe cuidar melhor dos passos que dá, pois os jornalistas estarão lá para cumprir com o seu papel.


Fonte: Semanário Angolense

Graça Campos diz não ser nem pró nem anti-Chivukuvuku

A entrevista de Abel Chivukuvuku (AC) publicada no último fim-de-semana por um jornal de Luanda tornou ainda mais claro que o deputado da Unita fez uma leitura muito enviesada da matéria que o Semanário Angolense escreveu a seu respeito há 15 dias. Dessa leitura enviesada resultou, fatalmente, uma interpretação distorcida. Por isso, não espanta que Abel Chivukuvuku tenha retirado conclusões que emanam de algum preconceito, de um fantasma que atormenta incessantemente a sua consciência ou de uma qualquer moléstia que o apoquenta. Dominado pelos estes perturbadores estados de alma, o deputado da Unita diz, por exemplo, que o director do Semanário Angolense é «anti-Chivukuvuku». Vamos derrubar esses fantasmas, fazendo breves comentários:
1. Politicamente, Abel Chivukuvuku está longe de ser uma unanimidade nacional. Havendo, embora, quem lhe gabe o faro e, por isso mesmo, assine de cruz todas as suas posições, sejam elas públicas ou privadas, há, contudo, muitas outras pessoas neste país, entre os quais se inclui o director do Semanário Angolense, que não trocariam as mães pelas propostas políticas de Chivukuvuku. Por exemplo, a ideia da somalização de Angola, cuja autoria alguns indefectíveis do deputado da Unita preferiam, agora, que fosse atribuída a outra pessoa, continua a ribombar em muitos ouvidos. Por mais que queira esquecer o passado, é a Chivukuvuku que continuam a pertencer exclusivamente os «direitos de autor» da ideia de cortar o país em minúsculas fatias. Como pode o autor de tão diabólica proposta pretender hoje que todos se rendam aos seus pés?
2. Os trocadilhos verbais de Abel Chivukuvuku podem impressionar – e seguramente impressionam - os indivíduos de curto vocabulário, mas as pessoas que prezam a substância, e esta está quase permanentemente ausente das suas intervenções, não se deixam seduzir nem comover.
3. Na entrevista, Abel diz ter pedido ao director do SA para apresentar «com racionalidade os argumentos pelos quais acha que a minha candidatura está errada». Esta afirmação permite que se equacionem duas hipóteses: ou Abel Chivukuvuku não leu a matéria do Semanário Angolense ou, repete-se, distorceu internacionalmente o que foi escrito. Qualquer das hipóteses não faz bem à sua «saúde» política. É que vai mal, muito mal mesmo, um político que fala de assuntos de que não tem a mínima ciência ou que os distorce intencionalmente para apresentar-se perante a opinião pública como vítima de perseguição. A candidatura de Abel Chivukuvuku à presidência da Unita é matéria que, em primeira instância, diz apenas respeito a ele próprio e aos militantes do seu partido. Não é assunto que, intimamente, aqueça ou arrefeça o director do Semanário Angolense. Logo, ele não tem que apresentar quaisquer argumentos contra essa candidatura, pela simples e definitiva razão de que esta é lavra alheia.
4. Abel Chivukuvuku vê vultos onde há clareza absoluta. Pavorosamente narcisista, ele inquieta-se, perturba-se, fica alucinado quando constata que nem todas as pessoas deste país se vergam à sua maneira de fazer e estar na política. Julgando-se, a ele próprio, o Messias de Angola, Chivukuvuku nem sequer consegue aceitar o papel de um jornalista, que não é o do aplauso permanente. No dia em que entender (se isso ainda for possível) que o jornalista não é exactamente um lambe-botas, Abel Chivukuvuku compreenderá que não é nenhum alvo do director do Semanário Angolense. E a partir desse dia passará a ter sonos menos tumultuados.
5. O Semanário Angolense analisa e avalia as propostas políticas tanto de Chivukuvuku como de outros políticos. Concordando ou discordando de algumas delas, isso não faz do Semanário Angolense inimigo ou amigo deste ou daquele político. É «esta coisa» simples que o deputado da Unita precisa de entender de uma vez por todas. No Semanário Angolense ninguém tem pesadelos ou insónias por causa de Abel Chivukuvuku.
Fonte: Semanário Angolense

segunda-feira, janeiro 22, 2007

3.500 desalojados pelas cheias no centro de Moçambique

Pelo menos 3.500 pessoas ficaram na província da Zambézia (centro) devido às cheias provocadas pelas chuvas intensas que ali têm caído nos últimos dias. As vítimas têm sido encaminhadas para cinco centros de acolhimento entretanto montados em escolas, adiantou hoje Paulo Zucula, director do Instituto Nacional de Gestão e Catástrofes (INGC).
A forte precipitação afectou também a capital da província, deixando muitas áreas de Quelimane submersas e levando ao corte de estradas e à interrupção do fornecimento de energia eléctrica por parte da Electricidade de Moçambique (EDM).
Na Barragem de Cahora Bassa algumas das comportas foram abertas reduzir o nível das águas. O INGC prometeu, entretanto, dar início a um programa de distribuição de alimentos e água potável às famílias desalojadas.
Em visita oficial ao Japão desde domingo, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, endereçou já uma mensagem de solidariedade ao Governador da província da Zambézia, Carvalho Muária.
"Temos plena certeza de que, apelando à sua auto- estima e com o apoio do Governo e de outras instituições e pessoas de bem, as vítimas desta calamidade saberão ultrapassar mais este drama de forma digna e íntegra, que as caracteriza, perante tragédias, infelizmente, recorrentes", escreve o Chefe de Estado moçambicano.
Salientanto que os meios à disposição das autoridades moçambicanas são, por enquanto, suficientes para enfrentar a situação, Paulo Zucula referiu que um pedido de ajuda externa pode vir a ser equacionado caso se verifique o agravamento da situação.


Fonte: Lusa

Chuvas provocam pelo menos 20 mortos e 25 desaparecidos em Luanda

As chuvas torrenciais que caíram hoje de madrugada em Luanda causaram pelo menos 20 mortos e 25 desaparecidos, mas o número poderá ser substancialmente maior, disse o comandante do Serviço Nacional de Bombeiros. Eugénio Laborinho, que classificou a situação no município do Cacuaco, a norte da capital, como "dramática", sublinhou que este balanço é provisório e que o número de vítimas mortais deverá ser mais elevado porque há ainda uma quarentena de automóveis soterrados pela lama.
"A situação é dramática. O município está isolado devido à destruição da ponte", disse Eugénio Laborinho.
Fonte do governo provincial também confirmou à Lusa a existência de vítimas mortais, embora sem poder precisar o seu número e em que zonas da cidade foram atingidas.
"Confirmo que há mortos e há, pelo menos, uma criança desaparecida", adiantou o porta-voz do executivo de Luanda, Ladislau Silva, que, no entanto, afirmou não estar ainda na posse de todos os dados que permitam fazer o primeiro balanço das consequências da intempérie.
De acordo com o mesmo porta-voz, os administradores dos nove municípios de Luanda vão entregar na terça-feira no governo provincial as informações de vítimas e danos causados pelas chuvas de hoje.
A mesma fonte adiantou que a quantidade da água acumulada fez ruir a ponte que liga a zona do Gamek ao bairro do Golfe, no município de Kilamba Kiaxi, no sudeste da capital angolana.
Também no Cacuaco, a força das águas fez ruir outra ponte, isolando o município e cortando a ligação rodoviária entre Luanda e Caxito, capital provincial do Bengo.
"O volume da água que veio dos bairros adjacentes e da vala de drenagem do município de Viana até às salinas de Cacuaco é elevado, tendo originado a destruição do bairro Cefopescas, com mais de 30 casas, e o condomínio da Auto Sueco", salientou Eugénio Laborinho.
O governador provincial de Luanda, Job Capapinha, que tinha previsto realizar hoje uma viagem de helicóptero para observar a extensão dos danos, acabou por cancelar a iniciativa por causa das condições climatéricas.
A chuva que caiu intensamente durante grande parte da noite e as primeiras horas da manhã, manteve-se até quase à hora de almoço, mas já com fraca intensidade, tendo parado depois. A maioria do comércio e serviços foram afectados pela intensidade da chuva, porque não só grande parte da baixa de Luanda ficou inundada, como muitos dos funcionários se viram impedidos pela água de se deslocar para os seus empregos.
O rasto de pedras e lama era visível em muitas artérias, enquanto outras se transformaram em piscinas de água barrenta, um cenário privilegiado para a propagação de doenças.


Fonte: Notícias Lusófonas

«O MPLA não tem como me acusar», diz Sebastião Veloso

Sebastião Veloso deixa o ministério da Saúde mais cedo do que eventualmente pensava, e aparentemente contrariado pelo facto de não o terem deixado corrigir as grandes distorções de que o sector padece. Ainda assim diz que não guarda rancor de ninguém, mas de qualquer forma preferia que lhe tivessem avisado que iria sair do governo. À hora da publicação do despacho presidencial, isto é, uma da tarde desta sexta-feira, o ex-ministro da Saúde estava exactamente a preparar a agenda para este fim- de -semana.
«Estávamos a concluir a formação de um grupo técnico que iria ao Uíje no domingo ou ainda este sábado, pois já se fez o diagnóstico correcto daquilo que algumas pessoas chamavam de doença desconhecida. O grupo iria dar instruções técnico-científicas para se irradicar esta epidemia. Esta era a nossa agenda para sexta-feira à tarde».
Sebastião Veloso não foi a tempo de conduzir a reunião de sexta-feira à tarde, e já não estará no posto quando os peritos regressarem a Luanda. Ele acredita que o serviço será feito de uma ou de outra maneira, porém não entende porque razão foi destituído sem qualquer aviso prévio, mais a mais, porque segundo ele cumpriu na íntegra todas as instruções que recebeu.
«Sobre nós pesava a responsabilidade de acreditar na reconstrução nacional. Por isso, nós, vindos de outros partidos cumpríamos na íntegra aquilo que nos mandavam fazer que na verdade era o programa do MPLA. O MPLA não tem como me acusar. Não houve um posto de saúde que me tivessem mandado construir, que eu não tivesse decidido neste sentido. Demos ideias claras para o sector de saúde , pelo que só posso reiterar que não recebi nenhuma indicação de que seria afastado, e se alguém vier a dizer isto não terá como comprová-lo. Posso dizer também que se tivéssemos recebido mais apoio, teríamos ido mais longe».
A exoneração alegadamente não anunciada, é corroborada por Adalberto Costa Júnior, porta-voz da UNITA. Não houve segundo ele, nenhuma indicação de que Sebastião Veloso seria exonerado esta sexta-feira.
«Fico muito surpreendido com esta exoneração e sem ir muito em delongas eu diria que se calhar terá sido exonerado por competência, o que merece imensas preocupações».
Fonte da presidência da República contactada pela Voz da América negou as alegações quer de um quer de outro. «Não só o primeiro-ministro comunicou ao ministro que ele seria exonerado, como também o Presidente José Eduardo dos Santos escreveu ao presidente da UNITA, Isaías Samakuva, dando-lhe conta da sua decisão de exonerar o ministro da Saúde».
José Eduardo dos Santos teria feito chegar a Samakuva há 10 dias, uma carta na qual indicava as razões porque decidira afastar o ministro, ao mesmo tempo que solicitava também que o presidente da UNITA indicasse um substituto, gesto que segundo a nossa fonte ainda não foi feito.
A fonte contactada pela Voz da América recusou-se a avançar as razões evocadas pelo presidente. Apesar da maneira como diz ter saído do governo, Sebastião Veloso não se julga com razões para ver o processo de reconciliação nacional de maneira diferente da que via até aqui.
«Mantenho a ideia de que a reconstrução é possível, mas retenho também um ditado da minha terra segundo o qual, quando você está na barriga de outro, ele pode te expulsar quando quiser, sem ter que se justificar. Você não tem como exigir que lhe esclareça. Entretanto, estou convencido que se houve um erro, uma má interpretação ligada a estas politiquices de África- houve quem me tivesse dito que em Angola se exonera por competência- isto deve ser dito. Fico apenas triste porque não me deixaram corrigir distorções, como é o facto de que ao fim de 30 anos, este país não ter uma política nacional de saúde. Mas enfim o governo é deles. Seja como for valeu a experiência que ganhei».
Sebastião Veloso tinha sido a segunda opção de uma lista de 3 nomes indicada por Samakuva ao presidente da República. O primeiro da lista, Carlos Morgado foi rejeitado por José Eduardo dos Santos. O presidente de Angola aguarda pela proposta de Isaías Samakuva.
O presidente de Angola exonerou também o ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Gilberto Buta Lutucuta, e a vice-ministra para a Família e Promoção da Mulher, Filomena Delgado, nomeada vice-ministra da Agricultura.
Para o lugar de Gilberto B. Lutucuta foi nomeado Afonso Canga que já uma vez ocupou o cargo de vice-ministro no mesmo ministério. Adão do Nascimento até aqui vice-ministro para o Ensino Superior, é agora secretário de Estado para o Ensino Superior . Augusto Tomas antigo ministro das Finanças, e ex-governador de Cabinda é o novo secretário de Estado para o Sector Empresarial Público.
Uma fonte oficial angolana disse a Voz da América que a alteração da composição do governo visa conformar a composição do executivo, com o que reza o artigo 108 da constituição que estabelece que o governo deve ser constituído por ministros e secretários de estado.
As secretárias de Estado foram eliminadas em 1995 quando os dossiês sobre o ambiente, ao tempo gerido por um secretário de Estado, de nome David Mendes, e do urbanismo então debaixo da alçada das Obras Públicas passaram a ficar sob tutela do Ministro do Urbanismo e do Ambiente.
Na mesma altura foi eliminada a secretária de estado de Habitação ao tempo sob controlo do ex-secretário do Conselho de Ministros , António Vandúnem. As experiências em matéria de secretarias de Estado incluíram também os Desportos, a Cultura, o Café o Planeamento, os Antigos Combatentes, e os Assuntos Sociais, e a Cooperação.


Fonte: VOA/Luís Costa

Compreender as feridas não significa esquecer os factos

Sei, e não serei certamente o único a saber, que as feridas ainda sangram e que as cicatrizes no meu País ainda doem, devido a tudo (e mais alguma coisa) que precedeu o dia 22 de Fevereiro de 2002 e que terminou nesta mesma data. Mas isso não pode jamais servir de pretexto para não nos lembrarmos do siginficado de que se revestem certas datas como a que se assinala hoje, 22 de Janeiro.
Foi a 22 de Janeiro de 1993 que alguém, que se julga maioral entre os angolanos, decidiu por sua conta e risco dar ordens para que os angolanos que se julgam de primeira saíssem à rua para tirar a vida aos angolanos de segunda. Ou seja, matar todos aqueles que fossem de origem Bakongo, que não soubessem falar português.
Por isso, para mim, esquecer o 22 de Janeiro de 1993 é o mesmo que admitir que não tenho memória.
E porque felizmente a tenho, e porque entendo que a memória é uma faculdade que cria laços entre o Passado e o Presente, entre todos os angolanos que, afinal, são troncos da mesma arvore (Angola), recuso-me terminantemente a esquecer esta data de triste memória.
Porque não subscrevo a teoria segundo a qual o Sol, em Angola, nasce apenas para alguns, e não para todos, sou forçado a dizer que o 22 de Janeiro de 1993 é uma realidade que não pode ser apagada da nossa História.
Porque é preciso abrir caminhos para que num futuro recente não mais tenhamos no poder angolanos com mentalidades obsoletas, sou forçado a dizer que a História sobre o 22 de Janeiro não pode ser silenciada.
Porque tenho medo do esquecimento, devo que dizer que o único Bakongo destemido que falava abertamente disso, Mfulumpinga Landu Victor, foi banido do nosso seio.
Foi, apesar de ter sido deputado à Assembleia da República, morto como se de um cão se tratasse.
Porque percebi que a data de hoje iria passar despecebida a todos os angolanos, sugiro, por esta via, que a nação Bakongo se reúna e reflicta sobre a data em apreço.
Pessoalmente recuso-me a esquecê-la.

Prémio internacional (com) prova vitalidade do jornal Folha 8

O jornal Angolano Folha 8, dirigido por William Tonet, acaba de ganhar o Prémio Internacional Arco Europa para Qualidade e Excelência, na Categoria Ouro, galardão que será entregue em Frankfurt – Alemanha – no dia 19 de Fevereiro, por altura da XXXIII Convenção Internacional Arco Europa.
2007, segundo apurou o NL, poderá ser um ano decisivo para o Folha 8 que, entre outros projectos, tem em fase adiantada a concepção da sua nova edição on line, bem como a reestruturação da equipa redactorial.
Trata-se de um Prémio atribuído anualmente pelo BID (Business Initiative Directions) em reconhecimento às empresas ou organizações em diferentes países em todo o mundo, que fomentam o bem estar das populações, seja pela cultura ou, no caso, pela Imprensa.
O Congresso Corporativo do BID que se reúne anualmente em Paris, Londres, Madrid, Genebra, Frankfurt e Nova Iorque, congregou nos últimos dez meses firmas e organizações de 93 países, com líderes empresariais e peritos na qualidade e excelência que colaboram com o seu voto para nomear os candidatos ao galardão.
No plano dos novos investimentos para o Jornal, o NL apurou que William Tonet está a fazer uma forte aposta na remodelação gráfica e na contratação de alguns jornalistas conceituados de modo a, para além do mercado angolano, alargar a influência da publicação a todo o espaço lusófono.
Em matéria de edição on line, o Folha 8 está igualmente a fazer um grande investimento. Para além da concepção de um “novo” Folha 8, o site terá uma Redacção autónoma que diariamente levará a todo o mundo a informação mais relevante de Angola e todos os outros membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
O NL pode avançar que a edição on line terá também versões em inglês e francês para cobrir a maioria dos países africanos que carecem de informações sobre o que se passa no mundo lusófono.
William Tonet, um símbolo do Jornalismo angolano, quer dar protagonismo a todos aqueles, sobretudo em Angola, que não têm voz. É uma aposta forte que, certamente, será coroada de êxito.

Ainda há quem não esqueça a «Sexta-Feira Sangrenta»

O 22 de Janeiro de 1993 (amplamente conhecido como “Sexta-feira Sangrenta”) é um dia em que todos os angolanos de origem étnica Bakongo, que têm tido dificuldades de se registar para obter o cartão de eleitor, segundo denúncia feita recentemente pelo porta-voz do Galo Negro (Adalberto da Costa Júnior), deveriam simbolicamente acender na noite de hoje, segunda-feira, 22, uma vela por cada uma das vítimas da arrogancia institucional e discriminacional do poder de Luanda.
O referido gesto teria como escopos iluminar a memória e lembrar o nome de cada uma vítimas, que nas zonas residenciais segregadas da capital angolana (Palanca, Mabor, Petrangol, Rocha Pinto) e no Roque Santeiro, um dos maiores mercados a céu aberto em África, foram brutalmente chacinadas por supostos agentes da Polícia Nacional e efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), ajudados por milicias, também conhecidos como "fitinhas", espalhados pela periféria da capital do País.
Deixar passar o dia de hoje em branco (como se pode ver claramente nos portais de informação atinente a Angola, bem como os jornais que estão na Net) é, para além de ser constituir um crime vil, ignorar o Direito de reclamar o Direito à memória e o Dever de a manter viva.
Não lembrar essa data é um insulto à memória e à História, essa Ciência que muito prezo, aos angolanos, sejam eles Bakongos, Ovimbundos, Kimbundos, Nganguelas ou Cokwé. É acima de tudo minimizar a angolanidade e a angolanitude.
Esquecer essa data é desprezar a História de Angola e a dos angolanos (aliás é o que tem sido feito há mais de 30 anos) e caucionar proximamente mais uma chacina, desta feita de Cokwés, Ovimbundos, Nyaneka-Humbe, etc, etc.
Lembrar o 22 de Janeiro de 1993 é, compreende-se, dificil para uns e fantasmagorico para outros. Contudo, é preciso não olvidar que é um desafio à lembrança e preservação da memória colectiva de quem ama e sente Angola.

Subsídios para uns, peixe podre para outros

Enquanto que em Lumbala Nguimbo (município da província do Moxico, situado no Leste de Angola), o povo - "este povo heróico e generoso" , que não o conhece nem nunca dele ouviu falar - clama por um prato de fuba e por um naco de peixe, mesmo que podre para não morrer de fome, em Luanda o Conselho Político da Oposição (CPO) quer o Governo lhe dê "um novo subsídio (dinheiro) pontual em face do adiamento pré-eleitoral do pleito para 2008-2009".


Em declarações feitas recentemente à VOA, um tal de João Mateus Jorge, porta-voz da referida plataforma política sem assento no Parlamento, justificou, desavergonhadamente, o novo pedido de financiamento porque "o anterior subsídio serviu simplesmente para resolver os maiores problemas que as forças políticas e a sociedade democrática pretendiam".


Grande argumento o de João Mateus Jorge, que não parou por aí. Disse, por exemplo, que o CPO, pensando certamente única e simplesmente no seu umbigo, tinha sugerido ao Executivo "um financiamento de USD 400 mil, mas o Governo deu apenas cerca de USD 120 mil", lamentou.


Palavras para quê se essa atitude ilustra e bem o tipo de políticos que quer ser alternativa ao MPLA e a Eduardo dos Santos?


É que se calhar nem na Mutamba nem no mercado Roque Santeiro o CPO é conhecido.

Se perguntarmos a um candengue (puto) das Ingombotas se o conhece é bem capaz de nos responder perguntando se se trata é um cantor novo e que estilo de música canta. É que não admira mesmo!

É que partidos como o CPO só dão contam da sua existência quando se trata de resolverem os seus probemas e não os do povo pedindo dinheiro ao Governo.

O que será do povo quando um dia o CPO ou os putativos políticos (alguns, porque há políticos sérios) na oposição a ocuparem o lugar do MPLA? Será igual ao partido no poder? Será pior? O problema é que ninguém dá garantia nenhuma ao povo.


É evidente que, nesta toada, ao povo na restará alternativa nas próximas eleições se não votar na continuidade partindo do princípio de que "quem nos comeu a carne comerá, por falta de alternativa, também os ossos".

Fonte:
www.noticiaslusofonas.com

Estamos de regresso para (bem) servir toda Comunidade Lusófona

Continuamos, como sempre, a pensar que dizer o que julgamos ser a verdade é a melhor qualidade de quem não precisa de se descalçar para contar até doze.
Desde 4 de Novembro do ano passado que, por circunstâncias que aqui serão reveladas a seu tempo, o NL esteve fora do combate pelo poder das ideias. Não será difícil calcular que foram os que defendem as ideias de poder (a qualquer preço) que tentaram pôr-nos definitivamente fora de jogo. Não o conseguiram, mas vão continuar a tentar, isso vão.
Importa, contudo, registar que este forte ataque serviu também para demonstrar que são muitos (são mesmo demasiados) os que pensam no seu próprio umbigo, esquecendo os que quase já não têm umbigo… tal é a fome.
Neste regresso a filosofia é a mesma: quem não vive para servir, não serve para viver. Connosco continuam, agora como colunistas regulares, Eugénio Costa Almeida e Fernando Casimiro (Didinho); Jorge Eurico e Orlando Castro (Alto Hama).
Seguem-se três depoimentos sobre o nosso regresso e, é claro, o agradecimento a todos aqueles que nos ajudaram por palavras e actos a sair de coma.
Eugénio Costa Almeida
«Depois de cerca de dois meses de férias, que alguns, indirectamente, lhe impuseram como castigo de pré-reforma, o Notícias Lusófonas aqui está volta, cheio de força, retemperado e com vontade de reocupar o lugar que sempre lhe pertenceu e que nunca deveria ter deixado esmorecer. Vão, por certo, votar aqueles artigos que o Notícias Lusófonas tão bem nos fornecia em primeira-mão; os maravilhosos e sarcásticos artigos de Orlando Castro, no Alto Hama – os que se arrogam (o comum mau hábito dos pequeninos em se colocar de bicos de pés e abanar muito as mãos para que os vejam) de o terem calado no blogue, vão revê-lo na sua habitual coluna –, os serenos e apropriados comentários de Fernando Cruz Gomes e os adequados comentários e as não menos oportunas entrevistas de Jorge Eurico além das opiniões que os leitores do NL sempre souberam cultivar e transmitir. Saúda-se, pois o regresso do Notícias Lusófonas. Tudo tentaram fazer para o amordaçar. Só que o NL é feito por pessoas que prezam valores que, muito dificilmente, os “censores” disfarçados de investidores conseguirão algum dia amarfanhar, calar ou vergar.
A Liberdade, a Verdade e a Probidade, tão queridos dos leitores, são valores que não se calam e que sempre fizeram parte deste órgão informativo. São valores que se aprendem ao longo da vida como alguns dos marcos mais importantes na realização e na formação dos Homens. E um órgão informativo deve ser o espelho dos Homens livres, conscientes, honestos para quem a informação mais que informar deve ser também formativa. E isso foi apanágio do NL que, por certo, se manterá nesta nova fase. Força, Notícias Lusófonas».
Fernando Casimiro (Didinho)
«Hoje, volto a dizer o mesmo. Hoje, regozijo-me por ter prevalecido a força das ideias e dos princípios, na defesa de valores do colectivo e não de interesses elitistas. Aceitei, com muita honra, o convite para fazer parte dos colunistas do Notícias lusófonas e é com elevada satisfação que vejo o Notícias Lusófonas substituir-se a si próprio nestas andanças de informar e formar cidadãos lusófonos um pouco por todo o Mundo. Creio que o regresso do Notícias Lusófonas será um sucesso, pois esta equipa tem argumentos: Mostra trabalho!»
Jorge Eurico
«Convidou-me (o que muito me honra e por isso agradeço) a Administração do Notícias Lusófonas (NL) a dizer algumas palavras sobre o ressurgimento deste importante órgão de Comunicação Social português, depois de o mesmo ter estado em "coma" durante um período de cerca de três meses por razões que a seu tempo serão aqui escalpelizadas e tiradas a limpo.
O ressurgimento do NL é (para mim e, quero crer, para os todos os jornalistas que trabalham nesta redacção e os seus colaboradores) sinónimo de que mais vale estar numa sarjeta do que na mão de quem nos inveja a vida e nos quer tirar o pão.
Ou seja, mais vale ter coluna vertebral do que ser servil a troco de um prato de lentilhas ou ainda do sobejo dos poderes políticos e económicos instituídos nos nossos países lusófonos. O NL, projecto que abraço há cerca de seis anos, já demonstrou (e quer certamente continuar a fazê-lo) o que vale.
Por isso, o NL vai continuar a dar cartas quando, no seio da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), os homens morderem os cães. O NL vai continuar a ser o primeiro a denunciar os abusos (puros e duros) de tiranos angolanos ou guineenses, moçambicanos ou timorenses, caboverdianos ou sãotomenses, portugueses ou brasileiros.
O NL vai continuar a relatar os factos que os grandes jornais portugueses (os ditos grandes e tradicionais ofuscados pela sua miopia, inaptidão e ignorância editorial) consideram como sendo matérias de somenos. O NL vai continuar a privilegiar o "Quem", "O Que", "Quando" e "Onde" que, por razões de ordem política ou económica, os periódicos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) sonegarem aos mais desafortunados, que alguém os quer no mais profundo e absoluto obscurantismo para não terem (saberem) como contestar o que vai mal, bem como reivindicar os seus Direitos, enquanto cidadãos, eleitores e contribuintes.
A importância e o contributo do NL para a Lusofonia será um dia confirmado, já não por nós que a amamos e a sentimos. Mas pelo transcorrer da História, que já está a dobrar a esquina do tempo do nosso tempo. Mau grado os chefes de Estado e de Governo da CPLP ainda não terem dado conta disso, pensado que a História, essa Ciência que muito prezo, os absolverá.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

"Nino" Vieira demite chefe dos Serviços de Inteligência

O Presidente da Guiné-Bissau, «Nino» Vieira, demitiu recentemente o chefe dos Serviços de Inteligência do Ministério do Interior, Anteiro João Correia, e o seu adjunto.Anteiro João Correia e o seu adjunto, segundo a agência Panapress que cita fontes oficiais, são acusados de ter alertado o ex-primeiro-ministro e líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior, da sua eminente detenção, depois das acusações proferidas por este em relação ao assassinato do ex-chefe de Estado da Armada (CEMA), Lamine Sanhá.
Recorde-se que Gomes Júnior considerou ser o Chefe de Estado o responsável pela morte de Sanhá, acusações que «Nino» Vieira considerou graves e passíveis de ser punidas pela Justiça.
Perseguido pelas forças policiais, o líder do PAIGC refugiou-se na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) no país, estando a decorrer negociações com vista à sua saída.
Gomes Júnior acusou ainda «Nino» Vieira de também estar por detrás do assassinato dos dois outros membros da junta militar que o derrubou do poder em 1999. Desse grupo, já foram também assassinados Ansumane Mané, em 2000, e de Veríssimo Correia Seabra, em 2004, mortes que nunca chegaram a ser esclarecidas, lembrou ainda o líder do PAIGC.
Na passada quarta-feira, «Nino» Vieira» negou publicamente estar envolvido no assassinato do ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Lamine Sanhá, ou de qualquer outro membro dessa junta militar. «As pessoas falam mesmo de vingança quando não é nada disso», declarou o Presidente.

Fonte: Jornal Digital

Angola quer cooperar com países que pugnam pelo respeito à independência e à auto-determinação dos povos

O Governo angolano pretende cooperar com os países que pugnam pelo respeito à independência e auto-determinação dos povos, para juntos defenderem a segurança e a paz do continente africano e do mundo, disse recentemente, em Luanda, o ministro das Relações Exteriores, João Miranda. O chefe da diplomacia angolana fez esta afirmação após a cerimónia de tomada de posse de novos directores do pelouro que dirige.

Ao referir-se à necessidade da preservação da paz no continente africano, João Miranda fazia alusão aos actuais conflitos que se registam na Somália e entre o Sudão e o Tchad.

Segundo João Miranda, "nos últimos quatro anos, os conflitos em África aumentaram de intensidade, relativamente àqueles que se consideravam inter-estatais, mas que se tornaram intra-estatais. Mas temos sinais ou evidências que a situação pode deteriorar-se cada vez mais, sobretudo na Somália e entre o Sudão e o Tchad" .

Por isso, o governante apelou aos responsáveis do Mirex para acompanharem com atenção o desenrolar destes acontecimentos, por forma a que o governo angolano tenha uma percepção correcta da situação.

Na sua perspectiva, a direcção Ásia e Oceania é uma das mais importantes do ministério das Relações Exteriores (Mirex), devido a sua dimensão geo-política dos dois continentes, sobretudo na Ásia onde se assiste, neste século, a uma evolução histórica nunca vista antes.

Tendo em conta esse elevado surto de desenvolvimento económico e tecnológico, que se verifica no Oriente, o chefe da diplomacia angolana pediu aos quadros do Mirex para acompanharem esse fenómeno de forma analítica para que estejam a altura de compreender as mutações que aí ocorrem.

Nessa região do mundo, Angola tem cultivado relações especiais com alguns países, sobretudo com a China. Destacou que o relacionamento com os países asiáticos se tem pautado pelo respeito mútuo, no respeito à independência dos respectivos estados e por uma amizade forte e uma cooperação exemplar.

Considerou a direcção África e Médio Oriente como sendo, estrategicamente, das mais complexas. Devido a esta particularidade, disse que as questões africanas exigem um tratamento especial, tendo em conta as dificuldades não só linguístcas como também de entendimento sobre os fenómenos que ocorrem no continente.

Entretanto, na manhã de hoje, o ministro João Miranda conferiu posse ao novo chefe da direcção Ásia e Oceania, Joaquim de Lemos, em substituição de Mário Feliz, que doravante é o director para África e Médio Oriente.
Fonte: Angop