O Arauto

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segunda-feira, janeiro 22, 2007

Ainda há quem não esqueça a «Sexta-Feira Sangrenta»

O 22 de Janeiro de 1993 (amplamente conhecido como “Sexta-feira Sangrenta”) é um dia em que todos os angolanos de origem étnica Bakongo, que têm tido dificuldades de se registar para obter o cartão de eleitor, segundo denúncia feita recentemente pelo porta-voz do Galo Negro (Adalberto da Costa Júnior), deveriam simbolicamente acender na noite de hoje, segunda-feira, 22, uma vela por cada uma das vítimas da arrogancia institucional e discriminacional do poder de Luanda.
O referido gesto teria como escopos iluminar a memória e lembrar o nome de cada uma vítimas, que nas zonas residenciais segregadas da capital angolana (Palanca, Mabor, Petrangol, Rocha Pinto) e no Roque Santeiro, um dos maiores mercados a céu aberto em África, foram brutalmente chacinadas por supostos agentes da Polícia Nacional e efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), ajudados por milicias, também conhecidos como "fitinhas", espalhados pela periféria da capital do País.
Deixar passar o dia de hoje em branco (como se pode ver claramente nos portais de informação atinente a Angola, bem como os jornais que estão na Net) é, para além de ser constituir um crime vil, ignorar o Direito de reclamar o Direito à memória e o Dever de a manter viva.
Não lembrar essa data é um insulto à memória e à História, essa Ciência que muito prezo, aos angolanos, sejam eles Bakongos, Ovimbundos, Kimbundos, Nganguelas ou Cokwé. É acima de tudo minimizar a angolanidade e a angolanitude.
Esquecer essa data é desprezar a História de Angola e a dos angolanos (aliás é o que tem sido feito há mais de 30 anos) e caucionar proximamente mais uma chacina, desta feita de Cokwés, Ovimbundos, Nyaneka-Humbe, etc, etc.
Lembrar o 22 de Janeiro de 1993 é, compreende-se, dificil para uns e fantasmagorico para outros. Contudo, é preciso não olvidar que é um desafio à lembrança e preservação da memória colectiva de quem ama e sente Angola.

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