O Arauto

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domingo, fevereiro 18, 2007

Governo angolano prende investigadora da Global Witness em Cabinda

A activista britânica de Direitos Humanos, Sarah Wikes, investigadora da Global Witness, foi presa arbitrariamente pelas autoridades angolanas e está sendo sujeita a interrogatório, hoje, dia 18 de Fevereiro, desde às 9h50m, na cidade de Cabinda, onde se encontra em trabalho pela sua organização no âmbito da Campanha Internacional pela Transparência na Indústria Petrolífera “Publique o que Se Paga”.

Desde às 5h30m da manhã de hoje que Sarah Wikes se encontra retida no Hotel Macosso, onde se hospedou, devido a uma abordagem policial que confiscou grande parte dos seus haveres, inclusive máquina fotográfica e documentos de trabalho.

Sectores da sociedade civil angolana, bem como partidos políticos da oposição, preparam um pronunciamento sobre o assunto. O caso está sendo acompanhado pelos advogados Francisco Luemba (244913129162), e David Mendes (244923563373).


Até ao momento a Polícia de Investigação Criminal (PIC) não conseguiu formalizar os motivos da detenção.

Depois da prisão arbitrária de Raúl Danda, cuja libertação Sarah Wikes apoiou, e do partido político Frente para a Democracia, FpD, ter sido impedido de realizar um debate em Cabinda sobre autonomia, a activista de Direitos Humanos que trabalha na área das Indústrias Extractivas está sendo sujeita ao mesmo tipo de violação aos Direitos Humanos e da agressividade antidemocrática do regime, que atropela todas as Leis para prosseguir a sua campanha intimidatória.

Recorde-se que membros do Governo Angolano têm mantido encontros com a Global Witness no âmbito da sua campanha “Publique o Que Se Paga” e das negociações para a integração do Governo no mecanismo das EITI (Iniciativa para Transparência para as Indústrias Extractivas).

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João Melo admite falta de Liberdade de Expressão em Angola

O poeta João Melo acaba de deitar por terra a teoria segundo a qual os poetas são patetas e que, quando mancomunados com o poder absoluto, não pensam pela própria cabeça ao admitir recentemente em colóquio realizado em Luanda a inexistência de Liberdade de Expressão em Angola.
Reputado jornalista e intelectual sério, João Melo sublinhou, durante o referido colóquio, que teve como título “Comunicação Social, Liberdade de Imprensa e Processo Eleitoral”, que uma Liberdade de Imprensa sem uma Liberdade de Expressão é uma farsa.
João Melo, deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA, afirmou, por sua conta e risco, que a ausência de Liberdade de Expressão em Angola deve-se à tradição autoritária dos angolanos, à auto-censura e aos factos de os meios de Comunicação privados “ignorarem” o Estado e os públicos “desvalorizarem” tudo que seja da Oposição.
João Melo não disse de novo, mas a iniciativa e a coragem são, pelo menos para quem quer ver Angola noutro estágio, dignas de registo.
As afirmações feitas por João Melo já têm sido ditas (escritas) desta e de outras formas bastas vezes aqui no Notícias Lusófonas (NL). Só que quando o fazemos, aqui no NL ou noutro espaço, somos logo catalogados como sendo contrários ao MPLA e ao seu presidente.
Quero ver, pois, quem, entre os desavergonhados proxenetas do Menos Pão Luz e Água, terá a (grande) lata de dizer que João Melo agora passou-se para a UNITA ou ainda que está a disparar contra os seus companheiros de bancada apenas por ter dito, não pela primeira vez, uma verdade verdadeira sobejamente conhecida.
Cá estarei para ver!

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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A paz jamais se impõe com cadáveres

Já o disse em várias ocasiões e em ocasiões várias e hoje, tal como ontem, volto a dizê-lo consciente de que, só por isso e nada mais do que isso, a espada do poder vai continuar a pairar sobre a minha cabeça e que a depravada discriminação (de todo e mais algum tipo) de que tenho sido alvo poderá vir a ser maior nos próximos tempos ou, quem sabe, nos tempos próximos.

Tenho dito (sei que choca alguns mas quase todos os militantes do MPLA), por minha conta e risco, que a paz, um regulativo intencional nunca acabado, jamais se impõe com cadáveres como se tentou fazer com o de Jonas Savimbi no dia 22 de Fevereiro de 2002 nas matas do Leste de Angola.

A tentativa de se impor a paz com a amostra pública e humilhante do cadáver do líder guerrilheiro não resultou e, contra todas as expectativas, Angola, passados cinco anos, continua à espera da concórdia que é, convenhamos, um efeito da Ordem Jurídica e também um objectivo que nunca (foi) é totalmente acabado.

Tenho dito (sei que aborrece alguns mas quase todos os militantes da UNITA), o que julgo ser uma verdade verdadeira, que a morte de Jonas Savimbi foi um mal que veio para o bem de Angola e dos angolanos. E quem disso duvidar, seja ele da UNITA, do MPLA ou de que partido político for, que se levante e, se os tiver no lugar, atire a primeira pedra!

A morte de Jonas Savimbi, que se transformou na sentença de morte política de José Eduardo dos Santos, foi um mal que veio para bem porque o homem (o líder da UNITA) deixou de ser o bode expiatório primacial do MPLA.

Ao homem e à organização que liderava era atribuída a miséria, a falta da gestão transparente da Coisa Pública, a corrupção, o despotismo, a ausência da democracia e a falta de condições para construção de um Estado de Direito Democrático.

Hoje, para espanto de uns, credulidade de outros e por mais incrível que pareça para todo o mundo, continua-se a não se dar provimento às sobreditas instituições.

Será por culpa de Jonas Savimbi e da UNITA? É (im)possível!

É que a brincar a brincar, e sem dar por isso, o partido no poder está a fornecer a corda com a qual o povo, qualquer dia, o irá “enforcar”… nas próximas eleições.
Publicado inicialmente aqui

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quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Carta aberta ao camarada Hu Jintao

Camarada Jintao. Nos últimos anos, em Moçambique temos estado a operar uma transição para a democracia aceite de mãos abertas por todos. Também encetámos uma viragem para a economia liberal, a custo de muito esforço. A democracia de Moçambique tem ainda muitos espinhos; precisa de ser melhorada. É uma democracia mínima. Mas a democratização tem permitido que apreendamos uma nova cultura política. Instituições como liberdade de expressão e de imprensa e pluralismo político são como que bandeiras desse processo. As liberdades de expressão e associação consagradas na nossa Constituição da República permitem-nos que exijamos e defendamos o respeito pelos direitos humanos.
Por Marcelo Mosse*
Reconhecemos e agradecemos o apoio da China à libertação de Moçambique da dominação colonial. Depois dessa libertação, Moçambique sofreu inúmeros desastres naturais e uma guerra fratricida de 16 anos, a qual destruiu infra-estruturas básicas de educação, saúde, transportes e comunicação. Há 15 anos iniciámos a reconstrução do Estado. Não se tem tratado apenas de reerguer infra-estruturas; trata-se também de estabelecer novas instituições, sistemas, regras de transparência e normas de gestão de recursos naturais. Enfim, novos valores na gestão do bem público.
O nosso Estado, camarada Jintao, está em processo de reforma, vamos dizer de modernização. E muitos destes processos têm tido o apoio da comunidade internacional ocidental bilateral, do Banco Mundial (FMI) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Somos um país pobre, dependente, como deve saber, e precisamos desse apoio. Somos pobres, mas não somos cegos; e gostamos de nós!! Por isso, ao longo destes anos, criticamos os doadores ocidentais pelos aspectos negativos que a sua “cooperação” implicava; criticamos a destruição da anterior indústria do caju; o reendividamento com a “assistência técnica”; o rigor excessivo no controlo da despesa pública; as privatizações (desastrosas) impostas; as tecnologias inadequadas; a chamada “tied aid” (que a China hoje promove); as unidades de implementação de projectos; o disempowerment do Estado; os capacity buildings cíclicos e ineficazes, etc.
Muito dinheiro, crédito e donativos, foram gastos nesses processos. Podíamos estar melhor, é certo. Não estamos. Contudo, o país tem mudado de face; temos mais escolas, hospitais, melhores comunicações, estradas, instituições em amadurecimento, etc. Em suma, apesar dos aspectos negativos dessa cooperação, há muitos ganhos visíveis. No entanto, continuamos dependentes.
Camarada Jintao. Uma das nossas grandes guerras é, pois, vencer a dependência externa. Isso pode ser alcançado se gerirmos melhor o nosso bem público, os nossos recursos e melhorarmos os termos de troca com o estrangeiro. Ainda persistem condicionalismos na cooperação com o Ocidente, é certo, mas eles tem sido removidos através do diálogo político que se faz no âmbito do apoio orçamental que recebemos. São condicionalismos de que não nos podemos queixar: a transparência e o combate à corrupção, a independência e eficiência do judiciário, a melhoria da gestão financeira do Estado, o respeito pelos direitos humanos, etc, ajudam-nos a melhorar a gestão do nosso bem público.
Nos últimos anos, a sua China tornou-se um actor de relevo na economia mundial, tendo reforçado a cooperação com África, essencialmente virada para a captação de matéria-prima. A sua China procura em Africa não mercados para os seus produtos, mas matéria-prima, recursos naturais. Moçambique, que também precisa da ajuda da China, é um dos vossos alvos preferenciais. Os moçambicanos aceitam, de braços abertos, a cooperação com a China. Ela é necessária. Mas gostariam que essa cooperação fosse transparente, equilibrada, e que os termos de troca fossem equitativos. Uma das nossas grandes guerras é vencer a dependência externa; não apenas a dependência ocidental. Isso significa que a cooperação com a China não tem de ser uma cooperação de dependência e, pior, clientelar.
Não queremos transferir a dependência do Ocidente para a China, queremos eliminá-la; não queremos que a Hidroelétrica de Cahora Bassa tenha um novo dono estrangeiro; não queremos que as empresas chinesas ganhem falsos concursos nas obras públicas e maltratem impunemente os nossos cidadãos; não queremos um novo ciclo de endividamento externo, principalmente quando não aplicado no sector produtivo e sobretudo quando aplicado em bens supérfluos como palácios; não queremos que cidadãos chineses entrem em Moçambique sem documentação nenhuma, quando repatriamos tanzanianos e congoleses nas mesmas condições; não queremos, sobretudo, esta delapidação sem paralelo dos nossos recursos florestais.
Não queremos ser um “Dumba-Nengue” chinês. Ou “take away”, como no passado colonial. A China pode nos construir estádios de futebol, oferecer bolsas de estudos, erguer pontes, apoiar no combate à malária, mas essa generosidade não pode ter como moeda de troca a promoção da riqueza fácil para as nossas elites, do vandalismo ambiental, da pirataria nas obras públicas, da precarização do emprego, da des-reconstrução das instituições que temos vindo a reconstruir.
Por isso, gostaríamos de vê-lo a anunciar não a construção de um novo palácio presidencial, mas a deixar claro às empresas chinesas que Moçambique é um país com regras, instituições e leis (incluindo de gestão ambiental) democráticas que devem ser respeitadas.
Camarada Hu JintaoSomos pobres, mas gostamos de nós. Uma das coisas que temos tentado fazer é construir um Estado de Direito. Isso passa pelo funcionamento pleno do nosso aparato legal, da nossa administração pública. A China e os chineses devem respeitar isso. Muito gostaríamos de vê-lo a ordenar os seus concidadãos a terminarem o saque desenfreado aos nossos recursos. A China não tem o direito de promover uma cooperação que, a longo prazo, vai custar caro aos moçambicanos, mais caro do que aquela cooperação que se diz condicionalizada.
Moçambique precisa do IDE chinês, precisa de acordos comerciais equilibrados, relações laborais justas e créditos concessionais para o sector produtivo. Mas sabemos que não há almoços grátis. E também não basta dizer que é uma cooperação sem condicionalismos, pois pior que colocar condicionalismos em cima da mesa, é encenar montanhas de caridade cujo substrato assenta numa nova relação de dependência e subordinação politica e económica, onde o nosso único papel é alimentar de recursos as empresas e a economia do seu país.
(*) Coordenador Executivo de Centro de Integridade Pública

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Pai mata filha à facada no Uíge

Um homem de 51 anos de idade, identificado por Gonçalves Paulo Paca, matou à facada uma filha de 24 anos de idade, depois de uma discussão entre ambos, informou hoje à Angop a mãe da vítima. Segundo a fonte, o facto ocorreu terça-feira última, no bairro Mbemba Ngango, cidade do Uíje, quando o suposto homícida ao chegar em casa embriagado começou a discutir com a vítima, que se Rosa da Graça Paulo, alegadamente por esta ter três filhos de pais diferentes.


"Estava a acudir para que não acontecesse algo de gravidade, mas não foi possível. Ele (Gonçalves Paulo Paca) espetou-me duas facadas no peito e outra no pescoço que podiam também me levar a vida", deplorou Ermelinda do Amparo Amândio, actualmente sob cuidados médicos no Hospital Provincial do Uíge, em consequência dos ferimentos.


O autor do crime encontra-se a contas com a Justiça.

Fonte: Angop

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Não seria mais simples dizer que Angola ainda não é um Estado de Direito?

Profissional irrepreensível das artes cénicas, respeitável causídica em determinados círculos da capital do País e membro do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados de Angola, Pulquéria Van-Dúnem admitiu recentemente em Luanda (ver aqui ) que o funcionamento do Sistema Judicial está em crise. Pulquéria Van-Dúnem, que falava durante a apresentação de uma comunicação subordinada ao tema “Sistema Judicial Angolano: Virtualidade, Limitações e Perspectivas” no segundo dia da “III Semana Social Nacional”, organizado pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), afirmou que apesar da crise em que se encontra o sistema, com excesso de formalismo, falta de condições de trabalho para os magistrados, pessoal do cartório e advogados nos tribunais, existe ainda a esperança de melhorar tal situação.
Reconhecer que o Sistema Judicial angolano está em crise não basta. Não basta por que isso é por demais consabido, já não constitui novidade debaixo do nosso Sol político. Por isso, no que a mim diz respeito (e como eu a maioria dos angolanos) ficaria mais satisfeito se Pulquéria Van-Dúnem apresentasse uma proposta de solução para se acabar com a crise que afecta o Sistema Judicial angolano.
Sentir-me-ia satisfeito (e como eu a maioria dos angolanos) se Pulquéria Van-Dúem admitisse que Angola ainda não é um Estado de Direito porque a maior parte dos doutores da Lei estão mancomunados com o poder e, por isso, estão-se nas tintas no que tange à construção de um Estado de Direito.
Sentir-me-ia mais animado (e como eu a maioria dos angolanos) se Pulquéria Van-Dúnem admitisse (nem que fosse baixinho para que ninguém do Palácio da Cidade Alta ouvisse) que alguns, mas quase todos, juristas angolanos praticam o contrabando jurídico para prejudicar os cidadãos.
Sentir-me-ia esperançado (e como eu a maioria dos angolanos) se ouvisse (lesse) uma declaração de Pulquéria Van-Dúem a aceitar que o Estado de Direito em Angola é, ao arrepio das expectativas de todos, uma miragem por manifesta falta de vontade política de quem está no poder e que, para esta situação, o Mais Alto Magistrado da Nação é um problema para a solução desta crise que afecta o Sistema Judicial angolano.
Publicado inicialmente no NL

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terça-feira, fevereiro 06, 2007

Os escritores de primeira (os do MPLA) e os de segunda (da FNLA e da UNITA)

«Ainda hoje assistimos a este mesmo espectáculo que poucos são os escritores provenientes da FNLA ou da UNITA por que estão preocupados com a reivindicações principais como a organização do Estado angolano, da nação angolana, o ordenamento do território, o pluralismo que ainda é uma palavra vã em Angola e que já não deveria ser. Lutamos durante 30/40 anos e ainda não sabemos o que é o pluralismo», afirmou em entrevista ao Notícias Lusófonas o delegado da FNLA em Portugal, Jaime Araújo Júnior.
Por Orlando Castro in Alto Hama
Embora muito, ou quase tudo, o que Jaime Araújo Júnior afirmou ao NL seja de relevante interesse, permito-me destacar esta questão para, é claro, dar largas ao poder (passe o exagero) das minhas ideias já que as ideias de poder estão do outro lado, na circunstância do lado do MPLA.
Ao contrário do que afirma Jaime Araújo Júnior, há muitos (e bons, digo eu) escritores provenientes da FNLA e da UNITA. Não são, isso é verdade, tão conhecidos como os originários do MPLA. Aliás, como em qualquer ditadura, a máquina de propaganda favorece, enaltece e divulga os que lhe são afectos. Todos os outros são considerados menores.
No caso de Angola, não se fala ou, pelo menos, não se falou durante muitos anos de escritores angolanos já que angolanos eram só exclusivamente os que estavam ao lado do poder. Todos os outros, embora bons, eram matumbos ao serviço de todos os piores imperialismos, com o excepção do então soviético.
Jaime Araújo Júnior, apesar da afirmação tão peremptória está a reconhecer a existência dos escritores afectos à FNLA e à UNITA quando justifica que eles estão, em síntese, preocupados com a tentativa de transformar Angola num Estado de Direito.
Exactamente, com salienta Jaime Araújo Júnior, por ainda hoje Angola não ser, nem praticar, o pluralismo é que entre um néscio do MPLA e um génio de qualquer outro partido, ou mesmo sem partido, o poder de Luanda não tem dúvidas em escolher o néscio.
Se, por exemplo, um desconhecido adepto do MPLA lançar um livro em Portugal o que é que acontece? Da Casa de Angola em Lisboa à Embaixada, passando pelo próprio Governo português, todos abrem portas, engalanam salas, imprimem convites, arregimentam simpatizantes e ordenam aos seus servos jornalistas para fazer a cobertura do lançamento, para ouvir o autor etc. etc.
No entanto, e não faltam exemplos, se for um amigo da FNLA ou da UNITA o que é que acontece? A sala fica vazia e, em alguns casos, até nem lá aparecem os responsáveis políticos dos partidos a que o escritor é afecto.
Por tanto, meu caro Jaime Araújo Júnior, muito do que está mal é da responsabilidade dos dirigentes políticos, neste caso, da FNLA e da UNITA que são capazes de honrar o pluralismo apoiando com a sua presença um escritor afecto ao MPLA, mas inibem-se de dar a cara pelos “seus”.

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sábado, fevereiro 03, 2007

Tito Paris devolve apoio (dois mil euros) dado pelo Governo

O cantor cabo-verdiano Tito Paris envolveu-se numa polémica com o ministro da Cultura de Cabo Verde, Manuel Veiga, que terminou com o artista a devolver ao Governo um apoio que lhe fora dado de 200 mil escudos (2.000 euros), noticia a agência Lusa. A polémica começou com uma entrevista do cantor radicado em Portugal ao semanário «Expresso das Ilhas», na qual criticava a política cultural seguida no país, mas está já terminada, como disse hoje Tito Paris.


«O ministro da Cultura é um bom ministro, o ministro de todos os cabo-verdianos, e eu respeito-o. Para mim o assunto morreu, está enterrado e não vou falar mais disso», disse à Lusa.


Tito Paris garantiu que não ficou com qualquer mágoa em relação a Cabo Verde e que as suas relações com o país de origem continuarão como sempre, o que de resto já tinha também afirmado ao «Expresso das Ilhas», frisando que vai continuar a trabalhar para a cultura cabo-verdiana.


A polémica começou quando Tito Paris deu uma entrevista ao jornal na qual deixava algumas criticas, nomeadamente ao afirmar que a música de Cabo Verde está em extinção no país ou que há anos que tenta trazer uma orquestra para Cabo Verde, sem sucesso, ao mesmo tempo que se dão milhares de contos a projectos «apenas por razões políticas».



Na entrevista, Tito Paris agradecia ainda a Portugal o apoio que o país lhe tem dado, mas acrescentava que o Estado de Cabo Verde nunca investiu nele e que as autoridades nunca o reconheceram e acarinharam, porque «partidarizam e politizam a cultura».


Manuel Veiga respondeu ao cantor numa carta que foi tornada pública, na qual refuta as criticas, garante que Cabo Verde, povo e governos, o acolhem como um artista «que orgulha a todos», e afirma que no país a cultura não tem nada a ver com partidos.


Na carta o ministro diz ainda que Tito Paris contou inclusivamente com um apoio simbólico do Ministério da Cultura, de 200 mil escudos cabo-verdianos, comprovado com a divulgação de cópia do cheque emitido.


Esta semana o cantor respondeu à carta do ministro, passando à ordem do Ministério da Cultura um cheque de 200 mil escudos, com uma nota onde diz que foi dinheiro que nunca pediu.

Fonte: Notícias Lusófonas

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Mais uma prova da (má) governação do MPLA

O Governo angolano, o tal que nas próximas eleições legislativas irá altercar de forma desalmada para se manter no poder com o fito de continuar a desgovernar o País, continua a mostrar aos angolanos, e a todos aqueles que vêem o que se passa em Angola com olhos de ver, que não deixa os seus créditos por mãos alheias quando os assuntos são desrespeitar os Direitos Humanos e lutar não contra a pobreza mas sim contra os pobres cidadãos, contribuintes, eleitores e (não) consumidores.
Juro, palavra de honra, sinceramente que só assim se pode entender (?) que as autoridades do sector da saúde de Luanda tenham cometido o crime (que mais uma vez vai ficar impune) de deixar morrer, na pretérita quinta-feira, à porta de entrada de um centro de saúde do Sambizanga, uma cidadã, Vitória de seu nome, por falta de três mil kwanzas (cerca de cinco euros).
Vitória, cujos filhos vão agora engrossar o exército de órfãos espalhados por Luanda fora, não morreu, foi morta. E foi morta, digo eu, pelos homens que têm tudo (e mais alguma coisa) na mão, incluindo o pão, o queijo, a faca e o poder de dispor quando bem querem da vida dos angolanos.
São eles, pois, os únicos que personificam as «ordens superiores» (este conceito abstracto que serve para tudo e mais alguma coisa) e os únicos com plenos poderes para impedirem as Vitórias deste País, e não só, de entrar e serem atendida no centro de saúde do Sambizanga. Vitória não foi atendida primeiro por falta de dinheiro e segundo por «ordens superiores».
Juro e trejuro que só aos sobreditos senhores se pode assacar a responsabilidade da morte desta cidadã, que não conta e, se calhar, nunca fez parte das estatísticas nacionais.
Mas, sem pesporrência, nem merdolência, será que em Angola a Saúde deixou de ser um Direito para se tornar um negócio para o qual nem todos os angolanos têm bolso?
Publicada inicialmente aqui

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A não perder: Entrevista a Jaime Araújo Júnior, FNLA, amanhã

O representante da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) em Portugal, Jaime Araújo Júnior, afirmou em entrevista exclusiva ao Notícias Lusófonas (NL) que a figura de Monsenhor Cónego Joaquim Manuel Mendes das Neves foi durante muito tempo desprezada pelo MPLA ao ponto de ter sido preciso mobilizar a vontade de pessoas particulares para que os seus restos mortais pudessem ser transladados para Luanda aonde repousa.


"A transladacção dos restos mortais de Cónego Manuel das Neves de Lisboa para Luanda devia ser um dos actos mais imediatos do MPLA depois de o País ter ascendido à independência nacional", afirmou Jaime Araújo Júnior em entrevista a não perder aqui no NL no próximo dia 4 de Fevereiro.


Figura devotada à causa nacional na sua condição de vice-presidente da UPA, Cónego Manuel das Neves é tido como o principal mentor do início da luta de libertação armada de Angola, tendo estado por detrás de acções que tiveram lugar nos dias 4 de Janeiro, 4 de Fevereiro e 15 de Março de 1961.

Fonte: Notícias Lusófonas

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Anastácio Sicato é o novo Ministro da Saúde de Angola

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, nomeou hoje o médico Anastácio Sicato para suceder a Sebastião Veloso como novo ministro da Saúde. Sicato, que actualmente exerce medicina em Portugal, foi um dos dois nomes apresentados pela UNITA para ocupar o Ministério da Saúde, pasta que cabe ao maior partido da oposição nos termos do acordo que levou à criação do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional.
José Eduardo dos Santos acabou por voltar a preterir o nome de Carlos Morgado, antigo médico pessoal do falecido líder histórico do Galo Negro, que mais uma vez encabeçava a lista enviada pela UNITA ao Presidente da República.
Em 2004, quando o Chefe de Estado preferiu Sebastião Veloso para a pasta da Saúde, Sicato e Morgado eram os outros dois nomes que constavam das escolhas da UNITA.

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quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Associação dos Antigos Estudantes do Huambo

Ainda e sempre o sonho de ajudar aquela terra que nos viu nascer e crescer, de contribuirmos para a sua prosperidade e desenvolvimento Nem sempre o nome diz tudo. Mas neste caso identifica-nos fielmente: Associação dos Antigos Estudantes de Nova Lisboa - Huambo / Angola. Congrega todos aqueles que um dia tiveram a fortuna de estudar naquelas terras altas e floridas do Huambo. Mas o que não ressalta do nome é como nasceu e porque existe.
Foi com o termo do já longínquo ano lectivo de 1961/ 62 que os primeiros finalistas do Liceu Nacional de Nova Lisboa rumaram à, então, Metrópole para aí prosseguirem os seus estudos universitários. Quase todos eles iam dar os primeiros passos nessa aventura do futuro, transplantados numa terra que lhes era estranha.
Cedo sentiram a necessidade de preservar os importantes laços criados durante a infância e juventude, como uma âncora de ligação à terra, como uma ponte que facilitasse a passagem para esse novo mundo que se propunham descobrir. E os jantares - convívio foram assumindo regularidade.
Terminados os estudos, regressaram uns e ficaram outros. E estes conservaram a tradição de convívio. Com a descolonização deu-se o reencontro. Por todo o lado se descobriam antigos colegas, velhos conhecidos de outros tempos e de outras terras, que abruptamente confundiam passado e presente num amálgama de emoções incontidas. Os jantares, que mantinham a sua frequência, passaram a animar-se com a presença de cada vez mais alunos do Liceu.
Cada encontro era a alegre festa de quem recupera o passado, a excitação de quem descobre que venceu o tempo. -Eh pá, tu estás na mesma!... Lembras-te de fulano... também cá está ... Olha a Manela...os anos não passaram por ti... Olha a Drª Dorinda... e a Drª Dárida também... Eram os beijos e os abraços a cada novo conviva que vinha acrescentar mais uma pedra à reconstrução do futuro com outros alicerces.
Cedo nasceu a ideia de passar dos meros encontros para algo de mais sólido e consistente: uma Associação de Antigos Alunos do Liceu de Nova Lisboa. Da ideia à acção foi um ápice e em 12/05/1993, no D.R. nº 110 – III Série, são publicados os primeiros estatutos da Associação Com muita carolice e empenho, os membros dos Órgãos Sociais foram mantendo viva a chama associativa, ao longo dos anos, através de convívios, visitas culturais e outras realizações. Mas as gentes do Huambo guardam no coração um cantinho muito especial para tudo quanto lhes recorde a terra.
Colegas de outros estabelecimentos de ensino, da Escola Industrial e Comercial, dos Colégios Alexandre Herculano, D. João de Castro, S. José de Cluny, ...das Escolas de Agronomia e Veterinária, ... passaram a manifestar interesse em conviver com a Associação, estar presentes nas suas actividades, encontrar amigos, sentir pulsar a vida em torno de um profundo sentimento de grande identidade.
Daí ao alargamento do âmbito da Associação foi um passo. Sufragada em Assembleia Geral a proposta de transformação da AAENL em Associação dos Antigos Estudantes de Nova Lisboa / Huambo, por unanimidade, logo se iniciaram os trâmites necessários à alteração estatutária.
Em 09/04/2002, no D.R. nº 83 (Suplemento) – III Série, são publicados os novos estatutos que vêm dar personalidade ao desejo de quantos querem preservar os laços que estabelecem a ligação sólida entre um passado que se reencontra com um futuro de esperança.
E o que pretendemos com esta Associação? - Para além do que pode saber-se através dos Estatutos, onde estão expressamente consagrados os objectivos, e do Plano de Actividades que contém o essencial do nosso projecto, ( e que podem ser consultados neste site ) como seria bom se conseguíssemos, ainda, vir a contribuir com algum do nosso esforço e capacidade para realizar, um pouquinho daquele sonho que sustentámos em meninos, de virmos a ser úteis à terra que nos viu nascer e crescer, de contribuirmos para a sua prosperidade e desenvolvimento.
Contactos: A.A..E. Nova Lisboa // Huambo – Angola Rua Acácio Leitão, Nº 30 – 1º Dtº 2400-077 LEIRIA (Sede Provisória) A.A..E. Nova Lisboa // Huambo – Angola Praceta João de Barros, Nº 1 – 6º Esqº Torre da Marinha 2840-410 SEIXAL http://www.aaenlh.pt/

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