O Arauto

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quinta-feira, novembro 30, 2006

Dos direitos virtuais às (im)posições formais

À semelhança das preferências de cada um, que podem ser lamentadas mas nunca postas em causa, os Direitos, nos países de Direito democrático, não se discutem, respeitam-se e aplicam-se sem que ninguém ouse tergivergirsar. Isto, digo eu, pode ser (des) confirmado pela pela Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), que tem acolhimento jurídico na Lei Constitucional (ainda) vigente na República de Angola - País de todos nós, sem excepção, e não apenas daqueles que se dizem pertencer ao Menos Pão Luz e Água.

A Lei Constitucional vigente na República de Angola ( todos os angolanos devem obendiência à mesma) garante, entre outros, os Direito de Manifestação, de Imprensa e de Expressão.

No que tange ao último Direito, é sobejamente consabido que ainda há muitos angolanos impreparados para (fazer) cumprir este dispositivo constitucional, o que, nos tempos que correm, era suposto, possível e desejável se houvesse vontade política por parte do(s) chefe(s) máximo do pessoal mínimo (povo).

Só isso explica o rótulo de sectário que, vezes sem conta e conta sem vezes, me é posto (mas estou-me borrifando por isso!).

Acreditem que também estou (estarei) sempre pronto para aplaudir quando vejo que o aplauso é justo, mas não posso admitir (nem admitirei) , nem me conformo (não me conformarei) que me coarctem o Direito de criticar livremente quando não estiver de acordo, seja com quem for.

Confesso que ser-me-ía mais agradável aplaudir do que criticar. Mas isso seria um sinal de que em Angola não mais se morreria de diárreia (cólera, doença de porcos), que os angolanos de origem bakongo não tivessem dificuldades de fazer o seu registo eleitoral e que não mais faltasse água, luz e que não mais houvesse, pessoas no interior do País a morrerem de inanição.

O meu aplauso, à semelhança da maioria dos angolanos, seria sinal de que, depois do 22 de Fevereiro de 2002, as coisas estariam a caminhar francamente rumo ao progresso, no respeito pelos Direitos de todos os cidadãos.

O meu aplauso seria sintoma de que a "caça às bruxas", que tanto tem impedido a compreensão entre os angolanos e que nos faz recuar vergonhosamente no nosso tempo, contra quem não é do Menos Pão Luz e Água não mais fosse acontecer.




quarta-feira, novembro 29, 2006

Só é derrotado quem desiste de lutar

"É evidente que homens desta estirpe, com um jornalismo baixo e rastejante, não terão lugar (no NL). São pessoas que não só não sabem criticar, como são vazios, nulos de ideias", afirma João Preto num comentário feito à minha última crónica publicada n'"O Arauto" com o título "Ninguém nos cala e a luta continua!"
E como ninguém me cala e a luta continua (nem que seja de derrota em derrota até à vitória final!), permitam-me a Vossa indulgência para dizer que não é a primeira vez, nem a segunda e muito menos a terceira, que João Preto, "advogado" do Menos Pão Luz e Água e destacado patrulheiro de alguns artigos repescados e publicados pelo Club-K, desfere ataques virulentos contra mim e demais companheiros que durante horas, dias, semanas, meses e anos emprestaram o seu (modesto) concurso ao Notícias Lusófonas.
João Preto, que também pode ser branco ou mulato, tem insinuado bastas vezes que sou um sectário, a soldo de instituições contrárias às ideias do "arquitecto da paz" e do Menos Pão Luz e Água, obcecado pela política do "bota-abaixo" em relação ao suposto esforço que, desde o dia 22 de Fevereiro de 2002, o Governo tem feito para melhorar a vida dos angolanos.
É evidente que reconheço e respeito o Direito que assiste a João Preto de (des) dizer o que lhe dá na telha sobre aquilo que como angolano (no pleno gozo dos meus direitos civis e políticos) e jornalista acho por bem trazer publicamente à colação. João Preto tem, pois, todo (e mais algum) Direito de emitir a sua opinião. Reconheço-o, mas não o respeito.
A sua opinião é imerecedora do meu esguardo pelo facto dele, qual menino com o rabinho enfiado entre as pernas, esconder-se de forma timorata por detrás de um nome fictício, João Preto.
Neste aspecto, permitam-me a imódestia, sou ( tomo a liberdade de incluir os nomes de Orlando Castro, Eugénio Almeida e Fernando Casimiro) diferente por ter o defeito (e por isso já sofri e ainda sofro represálias silenciosas quer en Luanda quer em Lisboa) de assumir o que digo (escrevo). Assumo por que assim fui educado e, por outro lado, tenho nome, chipala, endereço, telefone...e correio electrónico.
Aliás, diz a Dona Maria Helena, a minha mãe, que só devemos terçar armas ou trocar argumentos com homens que... os têm no lugar, que dão a cara e que mostram que são verdadeiros homens, com H maiúsculo.

terça-feira, novembro 28, 2006

Ninguém nos cala e a luta continua!

Um pequeno grupo de oportunistas da putativa “fina flor” pensante do Menos Pão Luz e Água (refiro-me àqueles, sobretudo aos mais jovens, que se têm mostrados paladinos do exibicionismo, da arrogância, do tradicionalismo, do populismo, do racismo e do tribalismo) decidiu, por sua conta (por terem dinheiro quanto baste!) e risco (por que a História será implacável, não os vai absolver!), quer (ia) colocar uma rolha na minha boca, na do Orlado Castro, na do Mestre Eugénio Almeida e na do Fernando Casimiro.

O propósito do pequeno morganho do Menos Pão Luz e Água a que aludo, que sabem mas preferem ignorar que o exibicionismo, a arrogância, o tradicionalismo, o populismo, o racismo e o tribalismo constituem uma ameaça real ao processo de democratização e modernização de Angola, é o de verem o Notícias Lusófonas (NL) a arriar o mastro e os seus colaboradores recolherem as velas.

Só que este pequeno grupo, que em Angola combate os pobres e não a pobreza, enganou-se ao pensar que, depois de se adonarem do NL (o processo ainda está em curso), eu, o Orlando Castro, o Mestre Eugénio Almeida e o Fernando Casimiro fossemos fazer a sua vontade, a de ficar de braços cruzados e de boca calada.

Puro engano!

Sucede que hoje há vários lugares (sites, por exemplo) onde podem-se apresentar ideias sem que nos impeçam de dizer aquilo que pensamos e que se pode - à luz da Democracia Participativa que (não) se quer, - contribuir para um dia de mais Sol, Paz, Pão e Amor para o País de todos nós, Angola!

sexta-feira, novembro 10, 2006

Anibalzinho não merece a água que bebe

Aníbal dos Santos Júnior (Anibalzinho), o facínora do bando que, a sangue e frio e com as mãos frias matou sem dó nem piedade o jornalista Carlos Cardoso, encontra-se em greve de fome, depois de altas patentes do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) terem ordenado que o mesmo fosse mantido algemado até novas ordens, revela o semanário "Savana" na sua última edição.
"Ele (Anibalzinho) não come desde segunda-feira, mas pelo menos bebe água", precisou uma fonte da Polícia da República de Moçambique (PRM) em declarações ao "Savana".
Das duas uma. Ou Aníbalzinho quer gozar com os moçambicanos ou chamar a atenção das Organizações da Sociedade Civil (OSC) para a “dieta” que está a fazer desde segunda-feira passada.
Dúvidas não restam que o bandido mais conhecido em Moçambique está amargamente arrependido por agora saber que não devia de ter tirado (supostamente a mando do filho de alguém que anda para aí a ser contemplado com prémios internacionais) a vida a um homem, um irmão que, por meio da caneta, lutava por um País politicamente mais democrático, económica e socialmente mais próspero.
Diante disso, sou (façam a fineza de mo permitirem) forçado a ser politica, humana e catolicamente incorrecto afirmando, por minha conta e risco, que o contribuinte moçambicano, este povo irmão doce, afável e gentil, devia recusar-se a pagar as refeições do mecânico que se encontra a cumprir uma pena extraordinária de 30 anos por ser considerado um delinquente de difícil correcção.
Diz a PRM que “ele está em greve de fome (ou a fazer “dieta”?), mas pelo menos bebe água”.
Pois é. Por mim, Anibalzinho não merece, digo eu, o chão que pisa e muito menos o ar que respira, nem água... para beber.