Luanda merecia muito melhor
Job Capapinha, o tal que aqui há três anos mandou "capangas" desalojar-me às três da madrugada do palácio do Governo do Cunene pelo simples facto de ter dito ao afilhado de casamento José Eduardo dos Santos, Pedro Mutinde, que não era do MPLA (mas também não sou da UNITA), foi recentemente exonerado, a seu pedido, pelo presidente da República do cargo de governador de Luanda.
Foi um assunto que, confesso, não me fez mossa; e não me fez mossa porque quando José Eduardo dos Santos escolheu o então governador para dirigir os destinos da capital do País, entendi, na altura, que se estava a apostar erradamente no cavalo errado. Entendi na altura, creio que não fui o único, a nomeação de Capapinha para o cargo de governador da província mais complexa do País como sendo um insulto à inteligência de luandenses técnica e academicamente mais capazes que não são, nunca foram nem nunca serão nomeados para dirigir os destinos de Luanda pelo simples e único “pecado” de não perfilharem as ideias daqueles que persistem teimosa e arrogantemente em dar continuamente Menos Pão Luz e Água ao Povo.
O tempo, este grande e experimentado Mestre que ao logo da História jamais confundiu a obra-prima do Mestre com a prima do Mestre de Obras, acabou por confirmar, sem mais nem ontem, o meu palpite. O tempo confirmou, sem querer querendo, o que sempre suspeitei, que Job Capapinha era, para o cargo que até então ocupava, uma personagem periférica promovida pelas circunstâncias a um papel que não poderia desempenhar adequadamente.
Não posso negar, sempre pensei, que Luanda merece(ia) alguém melhor.
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