Benguela prepara-se para se lançar na produção de café Arábica
Pressionada pela crescente procura da variedade Arábica nos mercados internacionais, a província angolana de Benguela prepara-se para relançar a produção de café, que foi a sua principal actividade económica até à década de 1970. O director provincial da Agricultura, Abrantes Carlos Sequesseque, disse hoje que, apesar de ainda não ser produtora, os mercados internacionais têm "pressionado" para que Benguela passe a produzir a variedade Arábica graças às suas excelentes condições naturais para a plantação de café.
Abrantes Carlos Sequesseque referiu que são os países europeus que mais têm pressionado para que Benguela se lance na produção de café Arábica, embora só num prazo de três anos esta província costeira situada a sul de Luanda deverá estar em condições de exportar este produto. Para isso, adiantou o director provincial da Agricultura de Benguela, são fundamentais os passos que estão a ser dados para a reabilitação da estação experimental do café da Ganda.
Nesta estação foram já criados viveiros comunitários para a multiplicação de plantas que, quando chegar o momento ideal, serão entregues aos camponeses da região e empresários que pretendam dedicar-se à cafeicultura. Ainda segundo Sequesseque, na primeira das três fases do projecto, serão beneficiadas mais de mil famílias, das províncias de Benguela e Huila, para a expansão da produção da variedade Arábica. Passo este que será o alicerce da actividade que se prevê rentável num curto prazo graças à "notável demanda" dos mercados internacionais.
Os responsáveis da Agricultura de Benguela recordam que actualmente, os camponeses subsistem à base da produção de milho, matéria que serve apenas as necessidades locais, não criando mais-valias económicas comparáveis às que a cafeicultura oferece. No entanto, a produção de café nunca chegou a ser totalmente esquecida, existindo uma pequena produção que "nem de perto nem de longe" se aproxima do real potencial da região.
O clima e a orografia de Benguela permitem a produção de vários tipos de café, tendo os municípios de Ganda, onde está localizada a estação experimental, Cubal e Balombo sido escolhidos para a intensificação da cafeicultura devido às condições naturais para o efeito, que são consideradas excelentes.
Benguela, Huila e Huambo são as três províncias onde os serviços da Agricultura de Angola estão a apostar no relançamento da produção de café, retomando uma tradição que foi de grande relevo até meados da década de 1970, antes da independência do país.
Antes do café, com enfoque na variedade Robusta, ter sido substituído pelo petróleo como uma das principais exportações do país, Angola chegou a produzir 200 mil toneladas/ano, acabando a guerra pós-independência por debilitar a estrutura produtiva de café até ao desaparecimento quase total da estrutura comercial dedicada à actividade.
Já identificados os principais problemas para o relançamento da actividade, como seja a dificuldade de acesso ao crédito por parte dos camponeses, e a falta de formação, as autoridades angolanas do sector agrícola estão, agora, empenhadas em relançar uma actividade para a qual as condições naturais estão onde sempre estiveram.
Fonte: Notícias Lusófonas
1 Comentários:
Às 2:39 da tarde , isabela disse...
Boa tarde
Sou a Isabel Ferreira, portuguesa, e estou desde 1990 a tentar trabalhar e viver em Angola, porém a quem eu peço esclarecimento nunmeu curso de Agricultura e sendo eu filha de agricultores da região de Lisboa,para realizar o meu sonho ir viver para Angola. Com estas notícias de nova plantação de café estou mais entusiasmada. Pode alguém me ilucidar o que devo fazer para me tornar um de vós?
Email:isabel.m.s.ferreira@hotmail.com
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