O Arauto

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domingo, outubro 14, 2007

Quem mais tem é quem mais rouba

O novel secretário-geral das Nações Unidas e o vice-presidente do Banco Mundial revelaram que cerca de 40 biliões de dólares são saqueados anualmente nos países mais pobres do planeta, principalmente por pessoas que ocupam cargos nos órgãos do Estado (e, acrescento eu, nos do partido no poder). Ban-Ki-moom e Robert Zoellick, que fizeram tal revelação segunda-feira em Nova York, aquando do lançamento da campanha para a “Recuperação de Activos Roubados”, comprometeram-se perante os países em desenvolvimento a recuperar os fundos nacionais usurpados por ex-governantes corruptos.
A iniciativa Ki-moom e Zoellick é louvável, mas, quanto a mim, está, à partida, condenada ao fracasso pelo facto de os seus mentores não terem feito as contas como deve ser (sim, os cálculos foram mal feitos sim senhor!).
Acaso saberão estes dois magnificentes diplomatas o que são 40 biliões de dólares para quem está (i)legitimamente há mais de 10 anos no poder? Não sabem certamente. É que se soubessem saberiam que, em África, a soma em apreço é nada mais nada menos do que o troco da comissão de um negócio bem sucedido, sobretudo quando feito à pala do cargo que se ocupa num órgão do Estado ou ainda no partido no poder.
O projecto em referência peca (digo eu) por abranger apenas ex-governantes corruptos e deixar de fora os governantes corruptos ou os políticos candidatos a corruptos. Está-se mesmo a ver que os mentores desta ideia nada sabem sobre corruptos e corrupção, sobretudo em África.
Se os donos da ideia soubessem alguma coisa sobre o nosso continente jamais teriam dito que não deve existir santuários para os que roubam os pobres.
Pois é. Está-se mesmo a ver que os excelsos diplomatas não sabem, por exemplo, que os tais (ex) governantes têm (muitas vezes em nome da amante quando não do enteado da amante) grandes casas e luxuosas mansões nas zonas mais nobres do mundo.
Como se vai provar, nestes casos, que tais casas ou mansões foram adquiridas com dinheiros públicos? Gostaria de obter uma resposta.
Contudo, cá estarei também para pagar 40 biliões caso o projecto (faço figas para tal) vingue e seja bem sucedido.

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