O Arauto

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sábado, junho 03, 2006

A verdade incomoda mas a mentira mata

Tenho sido (in) justamente criticado e incriminado, por alguns leitores, como partidário da política do bota-a baixo quando trato de escrever sobre questões referentes aos esforços, não visíveis do ponto de vista prático, do (des) Governo angolano depois do dia 22 de Fevereiro de 2002 (há coisas, reconheçamos, que mais nenhum angolano devia aceitar depois dessa data por razões que a razão conhece e que um dia destes procurarei, com mais vagar, escalpelizar nesta modesta tribuna).
Contudo, gostaria de dizer de forma aberta e estupidamente tranquila que não sou, nunca fui, nem pretendo ser, adepto da política do bota-a baixo em relação às instituições públicas ou privadas angolanas e muito menos sectário quando tiver que tecer considerações sobre os principais factos e protagonistas do nosso País.
Sou daqueles angolanos que está pronto para aplaudir quando o aplauso é justo, mas não me conformo nem posso admitir que, por alma da putativa "fina flor pensante" do partido que dirige o País, me coarctem o direito de criticar livremente quando não estou de acordo.
Muito apreciaria se soubessem que ser-me-ia muito mais agradável aplaudir do que criticar, o que seria um indicio de que as coisas na nossa mui querida Pátria, Angola, caminham francamente para frente.
Seria o prenuncio de que as coisas no País caminham rumo ao progresso no contexto da angolanidade e da angolanitude com a activa e livre participação dos cidadãos, pondo-se, desta forma, um ponto final à estúpida discriminação que provocou a guerra que esventrou de forma transversal o tecido social e económico do País e impediu a compreensão entre angolanos anos num passado recente.
Por isso, acho que tenho, à pala da minha condição de cidadão, contribuinte e eleitor (e não consumidor), o direito de criticar, e também de ser criticado, quando o exercício das liberdades fundamentais dos angolanos estão em causa.