O Arauto

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terça-feira, dezembro 05, 2006

Eduardo dos Santos (não) é como Salazar

Isaías Samakuva equiparou, a semana passada durante a sessão de abertura da reunião da Comissão Política do Galo Negro, realizada recentemente na capital angolana, Eduardo dos Santos ao ditador português António de Oliveira Salazar, que, contrariamente ao "Califado de Luanda", definiu uma época e criou uma doutrina que figura nos anais da História de Portugal e, para alguns, ainda incha de orgulho o ilustre peito lusitano.
O presidente da UNITA (que a esta altura deverá ter sido atacado por uma série de suores frios por recear chocar com uma bala, nas ruas de Luanda, ou ainda perder os travões do carro em que se faz transportar, por ter tido a coragem de afirmar o que a maioria dos angolanos pensa mas não o diz sob pena de perder o emprego ou mesmo a vida) (não) está certo na comparação que faz.
Samakuva, na sua comparação, acertou em cheio (na mosca mesmo, digo eu) se tivermos em conta que Eduardo dos Santos governa Angola há cerca de 30 anos e António de Oliveira Salazar governou Portugal ininterruptamente durante 40 anos (foi obra!).
"Estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, ostentações", dizia o ditador português. Será que Eduardo do Santos pode dizer o mesmo? Não creio. Logo, a comparação de Isaías Samakuva (não) está certa!

"Ensinai aos vossos filhos o trabalho, ensinai às vossas filhas a modéstia (...)". Será que se pode dizer que Eduardo dos Santos ensinou o trabalho aos seus filhos e a modéstia às suas filhas? Logo, a comparação de Isaías Samakuva (não) está certa!

"Instrução aos mais capazes, lugares aos mais competentes, trabalho a todos, eis o essencial", defendia o ditador português. Será que se pode dizer que essa é uma das divisas da política do governo, liderado por Eduardo dos Santos? Logo, a comparação de Isaías Samakuva (não) está certa até por que um nasceu no Bairro Novo da fregeusia do Vimeiro e o outro no bairro Sambizanga.

2 Comentários:

  • Às 8:05 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    confesso:sei que esta guerra não me pertence. E peço que me perdoem aqueles que pensam de forma diferente da minha.Mas não posso deixar de me pronunciar sobre a matéria.
    É que quando fique a saber da realização de eleições legislativas/presidênciais em Angola,(como é obvio)a qualquer ser humano pensante, e preocupado, perguntei a um eximiu angolano, quem são os candidatos ao cargo de
    Presidente da República?
    Esperava todos os nomes menos o de Eduardo dos Santos actual Presidente de Angola.
    Explico-me:no meu humilde entender, o Senhor Eduardo dos Santos jamais desejaria recandidata-se ao cargo.
    Para mim essa questão nem se colocava.Assumidamente não.
    Imaginem a minha surpresa quando o eximiu angolano me disse:desengane-se; O Senhor Eduardo dos Santos vai recandidatar-se sim. Convenhamos:
    Caso se concretize a sua candidatura e consequente permanência no Cargo passa a ser/é uma imposição. sim é uma imposição.
    E isso Meus caros é ditadura sim...

     
  • Às 12:48 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    Até disso o meu povo tem de gostar!Quando é que em África os povos tomam o destino das suas nações? Para colonialismo bastou o puro...o dos europeus!

     

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