Militar atira contra estudante por causa de um par de botas
As aulas na Escola Secundária 12 de Outubro, na cidade de Nampula, estiveram no dia de ontem interrompidas em consequência do baleamento de um dos estudantes por um elemento da Polícia Militar, Artur Sitoe, afecto ao Comando Regional Norte das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). O alvejado, Silvino Laquistone, encontra-se neste momento a receber tratamentos médicos intensivos no Hospital Central de Nampula. Segundo dados apurados pelo "Notícias" junto de colegas seus que presenciaram o acto, tudo aconteceu quando uma secção de militares em que faz parte o atirador, interpelou o aluno em causa defronte da escola porque este vinha calçado de uns sapatos supostamente militares. "Eles ( os militares) obrigaram o estudante a seguir-lhes até ao quartel. Por não concordar com a decisão, Laquistone, que é igualmente chefe dos estudantes, pediu para que o caso fosse primeiro resolvido na direcção da escola. O pedido não foi aceite e um dos militares acabou puxando pela arma" - contaram. Lassimo Mutetepa, professor, disse não entender o comportamento dos militares que abriram fogo contra um jovem estudante por causa de um simples par de botas semelhantes aos que usam os militares. Entretanto, junto ao Banco de Socorros do Hospital Central de Nampula, a nossa Reportagem apurou que a vítima foi baleada no peito, mais para o lado direito. Até ontem o estudante encontravam-se na sala de reanimação sob cuidados intensivos para a extracção do projéctil que continua alojado no seu corpo. Já no Comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), a nossa Reportagem abordou Artur Sitoe, o soldado que atirou contra o estudante, de modo a obter mais detalhes sobre o assunto. "Nós estávamos de patrulha e interpelámos o jovem porque trazia sapatos militares. Intimámo-lo a acompanhar-nos ao quartel, ao que ele recusou. Nesse momento, apareceram alguns colegas que proferiram palavras injuriosas dizendo que nós não tínhamos nível académico suficiente para procedermos daquela maneira. Exigimos que pedissem desculpas formais pelo discurso, ao que não foi aceite supostamente porque não haviam se pronunciado daquela forma. Isto fez com que os meus ânimos subissem. De seguida manipulei a arma e disparei contra o jovem" - contou o soldado. O militar, de 23 anos de idade, está no Comando Regional Norte, concretamente na Polícia Militar há um ano e meio. Reconheceu que conhece as normas das FADM sobre como proceder em situações de género, até se chegar ao extremo de usar a arma, mas, nada disso foi observado. Ainda ontem, estudantes da "Secundária 12 de Outubro" manifestaram-se em frente do Comando Militar, exigindo que se tomem medidas contra o agente e todos outros que agem sem nenhuma observação as normas estipuladas. Fonte: stop.co.mz |
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