Revista de Imprensa-O que escrevem os jornais não públicos
A participação de Angola no Mundial de futebol que hoje teve início na Alemanha, preenche as primeiras página dos jornais que se publicam no país.Na sua edição de hoje, o Jornal de Angola, o único diário nacional, escreve a toda a largura «É Mundial». Na capa vem estampada uma fotografia a cinco colunas dos Palancas Negras, designação de que é conhecida a selecção de Angola. Nas páginas interiores pode-se encontrar um caderno com diversos artigos dos enviados especiais a Alemanha. Também A Capital dedica largos espaços à maior festa futeblística do mundo e escreve na primeira página, «Na estreia do campenonato do Mundo, os Palancas Negras fazem passear toda a sua classe». O Angolense publica também um cardeno especial sobre a participação de Angola no Mundial de Futebol. O jornal afirma que o coração dos angolanos está nas mãos dos onze palancas. Ainda sobre o Mundial de futebol, o Agora preferiu destacar a fortuna do melhor jogador do mundo da actualidade, Ronaldinho Gaúcho, avaliada em 29 milhões de dólares por ano. Segundo o mesmo jornal, o futebolista brasileiro acredita que a selecção do seu país vencerá pela sexta vez o Campeonato do Mundo. Mas o maior destaque do Agora vai mesmo para o diferendo entre a direcção deste jornal e o porta-voz da Presidência da República, Aldemiro Vaz da Conceição, à próposito de alegados artigos que o alto funcionário do estado publicava no Jornal de Angola contra os semanários privados. Em relação ao assunto, o Agora escreve « Tininho até aldraba o Presidente da República». O semanário diz ser pura mentira quando o porta-voz do Presidente da República disse que já escreveu ou falou com os directores dos jornais privados para passarem a cobrir as suas viagens. Num outro artigo, e ainda sobre o mesmo assunto, o Agora escreve «Vamos lá ajustar contas, Victor de Carvalho». O jornal denuncia também um acto de violação de direitos humanos, na sexta esquadra da polícia nacional, onde alegadamente, elementos afectos àquela unidade policial terão torturado alguns detidos sem culpa formada. A crise religiosa em Cabinda, que agora ganhou novos contornos com o anunciado empossamento de D. Filomeno Viera Lopes a frente daquela diocese, é um assunto que também está a apaixonar a imprensa local. O Angolense publica declarações do padre Congo, conhecido pelas suas posições em relação a esta questão, em que ele diz temer pela sua vida. Segundo o mesmo jornal, o sacerdote católico afirma que tem recebido várias ameaças, e a que a cidade está totalmente policiada devido ao acto de empossamento previsto para amanhã. O mesmo jornal publica ainda uma matéria sobre uma rede organizada de criminosos que opera dentro da própria Polícia. Segundo o periódico, elementos da Polícia Nacional têm vendido armas, fardamento e patentes da corporação à gangs juvenis e publica mesmo os preços de cada artigo. Também o Folha 8 dá destaque ao problema de Cabinda, além de trazer a público mais revelações sobre a sindicância nos Servíços de Inteligência. «As razões de uma Sindicância. Cobras e Lagartos ao Serviço da Inteligência», é o título que o jornal escolheu para destacar uma carta aberta assinada por um funcionário dos Serviços de Inteligência devidamente identificado, afirmando que embora formalmente a sindicância tenha terminado, continuam os interrogatórios naqueles serviços. «Descontentamento na Guarda Presidencial», é o título de capa do Independente. O jornal refere que efectivos que no ano passado juraram bandeira pela UGP e que agora foram encaminhados para a Casa Militar estão agastados com o baixo salário que auferem. O semanário acrescenta que dos 27 mil kwanzas mensais prometidos inicialmente, cada soldado recebe apenas nove mil. «Quem desviou o salário dos professores», é outro título do Independente, à propósito da greve que se instalou no sector da Educação no Bengo. Segundo o jornal, entre as várias reivindicações, o corpo docente local exige o pagamento dos salários referentes ao mês de Novembro do ano passado. «Recrutamento de Brigadistas, processo começa viciado», escreve ainda o mesmo jornal, citando declarações de um responsável do Partido Social Democrático (PSD), que avança várias razões. |
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