Reabilitar quem necessita? A ideia não é má...
O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, orientou a criação de uma comissão para a implementação do projecto de reabilitação Integral de Mutilados de Guerra e de Formação Técnicoprofissional para ex-militares.
A comissão tem como atribuição criar condições materiais para a constituição de centros de reabilitação para o tratamento e integração de pessoas que se tornaram portadores de deficiência física durante o cumprimento do serviço militar (obrigatório).
Pois é!
A ideia não é má de toda, mas peca pelo facto de ser tardia e induzir os angolanos a pensar que a criação de comissões está na moda e serve para tudo e mais alguma coisa, designadamente, exéquias, efemérides politicas, festas de aniversário, casamento, etc., etc.
A ideia não é má de toda, se a comissão conseguir criar condições que confiram maior dignidade aos mutilados de guerra que um dia deram a sua juventude para defender a integridade territorial e juraram fidelidade a uma pátria e a uma bandeira.
A ideia não seria má de toda, se por detrás dela não pairasse (quando a esmola é demais o pobre desconfia) a suspeição de que há nesta intenção objectivos eleitoralistas.
A ideia não é má de toda, se essa comissão não substituísse o Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra e, à partida, não constituísse um certificado de incompetência e de menor idade para quem no Governo responde por este pelouro.
Por isso, é preciso dizer que, em bom português, fosse homem com coluna vertebral e não colocasse as ideias do poder acima do poder das ideias e nem precisasse de descalçar os sapatos para contar até 12, o ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra teria pedido demissão vinte e quatro horas depois da criação da comissão em apreço.
Crónica publicada inicialmente no Notícias Lusófonas
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