A língua que divide em vez de unir
À “geração morango com açúcar” (da qual faço parte) sempre foi ministrado o conhecimento segundo o qual a Língua Portuguesa é o traço de união entre os povos de Angola, Brasil, Cabo-Verde, Portugal, Moçambique, São-Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste. Contrariando o que disse um dia Fernando Pessoa, o desassossegado poeta deste “jardim à beira-mar plantado”, a Língua Portuguesa não é (se é que o foi um dia) a nossa Pátria e, nos últimos tempos, algo que mais nos tem separado do que nos unir como era suposto, possível e, cultural e politicamente, desejável. Isso ficou patente na palestra que tive o privilégio e o grato prazer de animar sexta-feira, 5, na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra em que os alunos do curso de Relações Internacionais demonstraram total desconhecimento sobre a “África portuguesa” e não só. É claro que os aconselhei a passarem a visitar o Notícias Lusófonas (NL), o único jornal on-line do mundo virado para Angola, Brasil, Cabo-Verde, Portugal, Moçambique, São-Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste, sem esquecer as comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Esse tipo ignorância, confesso, flagela-me a memória e trespassa-me o cérebro dolorosamente! Um estudante brasileiro queixou-se da falta de informação sobre os PALOP na Comunicação Social brasileira e portuguesa. Essa sonegação de informação aos brasileiros e portugueses flagela-me a memória, trespassa-me o cérebro e devolve (para quem sentiu no corpo e na alma) a lembrança do regime de António de Oliveira Salazar. Enquanto isso e no meio dessa pouca-vergonha política e cultural, a tal instituição que dá pelo nome Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai ficando no meio da ponte por achar que ela (a ponte) não tem dois sentidos. |
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